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Nasa define local de pouso da missão Marte 2020
Cratera Jezero foi escolhida após vencer outros três finalistas; imagens de satélites de Marte sugerem que o local já foi preenchido por um lago
Kenneth Chang/ New York Times
A agência americana Nasa anunciou que enviará seu próximo veículo espacial para um antigo delta fluvial de Marte, local capaz de preservar evidências de vidas passadas – se elas existiram.
Jezero, uma cratera de 45 quilômetros ao norte do equador de Marte, foi escolhida como local de pouso após vencer outros três finalistas. A análise de imagens tiradas de satélites de Marte sugere que a cratera já foi preenchida por um lago de 243 metros de profundidade. Há também sinais de que rios entravam e saíam do lago.
Cientistas acreditam que o clima de Marte era mais quente e úmido – e possivelmente adequado para a vida – há mais de 3,5 bilhões de anos. Depois de considerar 64 possíveis locais de aterrissagem, especialistas recomendaram Jezero como o lugar mais promissor para se explorar.
“Os lagos da Terra são muito habitáveis e inevitavelmente habitados”, disse Kenneth Farley, cientista do projeto da missão, durante uma entrevista coletiva por telefone na segunda-feira. “Então essa é a primeira atração”. O segundo destaque, segundo o cientista, seria a capacidade do delta em preservar bioassinaturas, “qualquer evidência de vida que possa ter existido”.
Farley enfatizou que a nave não está carregando ferramentas para procurar por micróbios vivos, já que a superfície marciana é muito seca, fria e bombardeada pela radiação. A região contém rochas carbonáticas, que poderiam dar pistas de como era o ambiente. E existem rochas vulcânicas, que podem conter elementos radioativos capazes de fornecer palpites mais precisos sobre o período no qual o lago existiu.
O veículo também coletará pedras que um dia serão trazidas de volta à Terra para um estudo mais aprofundado. Essas amostras, no entanto, ficarão em Marte até que uma missão futura as traga, o que provavelmente acontecerá após o início da década de 2030, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria da missão científica da Nasa.
Veículo Curiosity irá coletar pedras para serem trazidas de volta a terra Foto: Divulgação/NASA
Entre as ferramentas levadas pelo veículo, estarão várias câmeras, uma estação meteorológica, radar de penetração no solo e instrumentos para analisar os minerais e possíveis compostos orgânicos na superfície de Marte. O carro também levará um helicóptero em miniatura para fotografar o terreno.
Outro veículo será lançado para Marte em 2020. O ExoMars, colaboração entre a Rússia e a Agência Espacial Europeia, deverá pousar em Oxia Planum, uma planície no hemisfério norte do planeta que é rica em sedimentos e que parece ter se formado na presença de água. O ExoMars terá uma broca capaz de penetrar cerca de 1, 8 metro abaixo da superfície.
No dia 26 de novembro, a Nasa tentará pousar sua espaçonave InSight em uma planície que os cientistas descreveram como ‘um dos lugares mais chatos de Marte’. Lançado em maio, o InSight estudará o interior do planeta para desenvolver uma imagem clara de sua atividade sísmica e história geológica.
A Nasa também está observando o veículo Opportunity, que foi coberto por uma tempestade de areia de Marte em junho. Se o veículo não responder nos próximos meses, a missão pode ser encerrada.