Poetas que, mesmo já tendo partido para a eternidade, são a cara de Belém, cantaram a cidade em versos e prosas. É a Belém Metrópole da Amazônia, a Cidade das Mangueiras, a Francesinha do Pará, a Cidade Morena, a cidade em que as mangueiras alimentam a população, quebram os párabrisas de veículos. A Belém das chuvas, onde não há estação do ano, mas apenas duas fases, uma que chove mais, quando a temperatura baixa a até 22ºC e que se chama inverno, e outra que chove menos, quando a temperatura sobe a até 34ºC, que chamamos verão. Todo tempo chove. Hoje, quarta-feira, 12 de janeiro, dia do aniversário de 406 anos de fundação de Belém, a capital do Estado do Pará amanhece com tempo nublado e chuvoso. Não é aquela chuva forte, que cai e passa, mas aquela de “molhar besta”, que “nem ata nem desata”.

Uma grande programação está marcada, pela Prefeitura Municipal de Belém e Governo do Estado do Pará, para celebrar esta data, com muitos dos eventos acontecendo no cartão postal da cidade, o Ver-o-Peso, onde o governador Helder Barbalho assinará ordens de serviços, entregará cheques do programa habitacional para os feirantes do complexo e anunciará obras para reforma de mercados municipais da cidade. A programação se inicia com missa solene na Catedral Metropolitana da Sé que contará com as presenças do governador Helder Barbalho e do prefeito municipal de Belém, Edmilson Rodrigues, autoridades e convidados especiais.
Belém foi criada e emancipada no dia 12 de Janeiro de 1.616 pelo capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, que cumpria missão sob as ordens do Rei de Portugal e Espanha Dom Manuel. A missão consistia em defender a Amazônia Oriental da invasão de estrangeiros. A cidade foi chamada de Santa Maria de Belém, cuja santa é a padroeira do minicípio e, desde sua fundação, mantém o jeito pitoresco, com prédios centenários hoje preservados especialmente no chamado Complexo Feliz Lusitânea, que compreende o Forte do Castelo, a Igreja de Santo Alexandre, a Catedral Metropolitana da Sé, a Igreja de São João e a Igreja Nossa Senhora do Carmo, todos na Cidade Velha com suas ruas estreitas. A Rua de Cintra é um desses acervos, cujo final acontece na beira do Rio Guamá com suas águas barrentas e lendárias.

Mas Belém cresceu, se desenvolveu, tem uma população de mais de 1,5 milhão de habitantes – segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, e hoje é uma metrópole das mais modernas, com uma das mais novas frotas de veículos do Brasil, onde a geração de emprego beirou os 100 mil nos últimos 10 anos – conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese/PA. É a cidade cheia de túneis de mangueiras, mas também a cidade dos arrnha-céus, onde a Avenida Almirante Barroso já foi sinônimo de modernidade com suas então quatro pistas. Mudou muito, mas ainda é um dos principais corredores de acesso ao centro da capital paraense e partir da Rodovia Belém-Brasília em paralelo às BRs-316/010. É a Belém dos anéis viários com viadutos, túneis, implantação de novos sistemas de transporte público, mas também de uma população bastante carente em recursos financeiros (renda per capta) de quatro dólares ou cerca de 20 reais/dia.
Belém e sua população procuram se soerguer da pandemia do novo coronavírus, que calou o Ver-o-Peso e o Círio de Nazaré, a maior manifestação de fé mariana do Ocidente, nas palavras do então arcebispo metropolitano de Belém e hoje Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.
É a Belém das frutas exóticas, do açaí, do cupuaçu, da pupunha, do bacuri, do taperebá, da mangaba, do muruci, do uxi, do mari e uma grande infinidade de sabores que só aqui tem. Tudo lá, no Ver-o-Peso, a grande vedete da manhã chuvosa e nublada desta quarta-feira, que comemora o aniversário da cidade sem o tradicional bolo, para evitar aglomeração e disseminação do vírus da covid-19, que, só no Pará, já matou mais de 17 mil pessoas.

Nas fotos, o leitor pode conferir o que é Belém e também a agenda dos acontecimentos deste tão importante dia, mas que, ninguém sabe por que, ainda não é feriado.
De qualquer forma, Parabéns, Belém! Parabéns, Belenense (Belemense também serve)! Esta é a singela homenagem de A PROVÍNCIA DO PARÁ, o jornal de 145 anos de fundação por um dos amantes da cidade, o saudoso Senador Antônio Lemos da bell epoque, que criou o Mercado de Peixe e o Mercado de Carne; os palácios Lauro Sodré e Antônio Lemos; a sede de A Província, hoje Instituto de Educação do Estado do Pará – IEEP, no complexo da Praça da República, ou Largo da Pólvora. É a singela homenagem do presidente de A Província, o ex-governador, empresário, cantor, radialista, comunicador e youtuber CARLOS SANTOS e sua esposa, a empresária e jornalista Aline Santos.
Imagens: Acervo de A Província do Pará
1 comentário
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