As empresas de transportes coletivos de Belém e Zona Metropolitana conseguiram um reajuste no preço das passagens que saltou de R$3,60 para R$4,00 homologado pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues – Psol no mês passado. No entanto, empresários e rodoviários ainda não chegaram a um acordo com relação à questão salarial. Os empregados reivindicam reajuste de salário de 15% e os empresários ofertam 3,53%. Na tarde desta quinta-feira, os sindicatos de trabalhadores e patrões se reúnem para tentar definir um acordo que ponha fim ao risco de uma greve a ser deflagrada já na próxima semana.
A reunião será às 16h na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém – Setransbel, na Rua Mundurucus, bairro da Cremação, em Belém. O diretor de Comunicação do Sintrebel, Luciano Barros, explica que a categoria mantém a proposta de reajuste salarial de 15% e o cumprimento de uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região – TRE-8, segundo a qual deve ser efetuado o pagamento de aumento retroativo de 7,5% em 2021 aos trabalhadores. Todavia, a patronal oferece reajustes de 3,53%, para o salário e para o auxílio utilizado pelos trabalhadores na Clínica dos Rodoviários, sem quaisquer mudanças no auxílio alimentação.
Em nota, o Setransbel informa que “esta proposta se justifica pela proporcionalidade do que foi concedido na tarifa homologada pela Prefeitura de Belém, visto que nos últimos três anos, as operadoras obtiveram 11,10% de reajuste tarifário, e que neste intervalo de tempo houve a negociação de dois aumentos à categoria laboral (5,07% em 2019 e 2,5% em 2020), totalizando 7,57%, tendo como diferença os 3,53% propostos aos rodoviários.
O Setransbel ressalta ainda que está tentando criar alternativas para viabilizar a sobrevivência do sistema a partir da proposta de novas cláusulas, como o banco de horas, a jornada parcial e o ônibus de 42 lugares sem cobrador, ressaltando que já há previsão na convenção vigente do carro com 31 passageiros sem a presença do cobrador com o acréscimo de 17% no salário do motorista. Tais propostas vão ao encontro daquilo que já é feito em várias capitais. Fortaleza, no Estado do Ceará, é uma delas”, diz o sindicato, que esbarra na questão do desemprego de cobradores, os quais alegam que o ônibus sem cobrador faz com que a viagem se alongue mais em termos de horários e que acaba dispersando a atenção do motorista que irá fazer duas funções e receber, no fundo, apenas por uma função, pois o acréscimo em reais não irá, de fato, compensar pelo duplo trabalho que jogará centenas de rodoviários na rua do desemprego.
Imagem: Nazaré Sarmento/Ronabar