Recentemente um jovem morreu ao se acidentar com um trator dentro da área de conflito entre a empresa e os indígenas
Um grupo de dez pessoas que seriam indígenas liderados por Elisangela Tembé, utilizando duas motocicletas, um automóvel Gol preto e outro modelo Siena, prata, armados com escopeta calibre 12, facões e paus, atacou o senhor Sandro Borges, quando operava um trator LS Plus 100, de propriedade da empresa Brasil Bio Fuels Reflorestamento, Indústria e Comércio S/A (BBF RIC), que foi roubado.
O fato se registrou por volta das 19h da última quinta-feira, 24, no interior da fazenda Solimões, que pertence à empresa, no ramal do Linhão, palco de inúmeros roubos de equipamentos, bem como, de frutos de dendê produzidos pela empresa vitimada.
O caso foi comunicado na Delegacia de Polícia de Acará na tarde de sexta-feira, 25, por José Cláudio Corrêa Alves, funcionáro do setor de segurança da BBF, com pedido de providências. A ocorrência se junta a uma série de outras realizadas não apenas na delegacia de Acará, como também de Tomé-Açu, envolvendo a BBF, como denunciante vitimada, e pessoas supostamente pertencentes a comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas da região.
A empresa BBF e os grupos estão em uma disputa judicial. De um lado, a empresa – que trabalha com a produção e beneficiamento de palma de dendê -, legalmente estabelecida, apresenta uma série de documentos que comprovam ter a propridade das áreas onde está atuando. De outro, indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais que questionam a presença da empresa no que dizem ser suas terras, gerando, assim, conflitos que vêm de algum tempo e que foram parar nas barras das polícias Civil, Federal e Justiça.
Segundo a empresa BBF, há a seu favor, ordens de reintegração de posse, pois os donos do empreendimento têm documentação da propriedade das terras. Entretanto, as comunidades questionam que não há licenciamento de trabalhos da empreas na área que seriam legitimamente pertencente aos povos indígenas.
Por outro lado, a BBF fez inúmeras ocorrências contra esses grupos e questiona o fato de não terem sido adotadas providências. Já a Polícia Civil afirma que o caso é da esfera da Polícia Federal que, de seu lado, não vê argumentos para ação, dado que os crimes ocorridos são da competência da autoridade policial civil. No entanto, a empresa já tem um despacho assinado pelo delegado James Princes Oliveira Miranda, da Delegacia de Defesa Institucional, pedindo sejam juntados todos os documentos feitos junto à Polícia Civil no sentido de que o órgão possa iniciar as investigações a partir da manifestação do Ministério Público Federal.
No caso de roubo do trator utilizado para adubação, o equipamento foi levado e os que permanecem no canteiro de atividades, estão sob a vigilância armada da empresa para evitar novos roubos, mas continua o clima tenso na área em função das ações desses grupos, conforme garante um representante da empresa.
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