A obra do músico Sebastião Tapajós foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. O governador Helder Barbalho sancionou na sexta-feira (1), a Lei 9.652, que exalta a importância do legado musical de um dos maiores violonistas do mundo para a cultura paraense. Sebastião Tapajós morreu no dia 02 de outubro de 2021, aos 79 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio, em Santarém, no oeste do Pará. Ele deixou órfãos uma legião de fãs da música instrumental que encantou plateias no mundo inteiro.
De autoria da deputada Dilvanda Faro (PT), o Projeto de Lei nº 13/2022 foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), no último dia 20 de junho.
“Este Projeto de Lei tem como objetivo reconhecer e dar o devido valor para o legado do violonista para o Estado do Pará e o mundo. É mais reconhecimento e zelo por sua contribuição artística e cultural deixado por Sebastião Tapajós. Um patrimônio cultural que deve ser conhecido pelas próximas gerações e que certamente dará sua contribuição ao meio acadêmico e a futuros músicos, que terão em Tapajós sua maior inspiração”, destacou a autora do projeto por ocasião da aprovação pela Casa.
Sebastião Pena Marcião era natural de Alenquer. Ele nasceu no dia 16 de abril de 1943. Mudou para Santarém ainda pequeno, onde, ainda criança, começou a estudar violão. No ano de 1964, o jovem Sebastião, com 21 anos, foi estudar na Europa. Lá, se formou pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em Portugal. Na Espanha, estudou guitarra com Emilio Pujol e cursou o Instituto de Cultura Hispânica. Realizou recitais nesses dois países. De volta ao Brasil, recebeu a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967.
A discografia de Sebastião Tapajós é extensa. Ele gravou mais de 50 discos, sendo o primeiro de 1967, com o nome de “Violão e Tapajós”, e o último, de 2014, com o título de “Violões do Pará”.
Em 1970, fez turnês ao lado de Paulinho da Viola e Maria Bethânia, gravou na Alemanha e ainda lançou discos com temas regionais do Pará e da América Latina. Gravou também com o Zimbo Trio, Maurício Einhorn, Gilson Peranzzetta, Jane Duboc e Nilson Chaves, com quem dividia a cultura e a vida, sendo um de seus grandes amigos.
Em 1992, recebeu o prêmio de Melhor Músico Brasileiro, concedido pela Academia Brasileira de Letras e, em 2013, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Em 2017, a partir de uma iniciativa de amigos do músico, foi fundado o Instituto Sebastião Tapajós para divulgar a obra do violonista e de outros artistas locais.
Fonte: O Estado Net
Créditos: Divulgação/UFOPA