Gestão municipal busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas e preparar a cidade para o futuro
Neste domingo, 16 de março, é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, uma data que reforça a urgência de medidas para enfrentar os impactos do aquecimento global. Em Belém, que sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro deste ano, o compromisso com a sustentabilidade já está em prática por meio de diversas iniciativas da Prefeitura, que visam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e preparar a cidade para o futuro.
Mais verde para Belém
Uma das principais estratégias adotadas pelo município para combater o aumento da temperatura é a ampliação das áreas verdes. O projeto Cidade Verde, lançado em janeiro de 2025 pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), tem como meta o plantio de dez mil mudas por ano, priorizando bairros periféricos onde a urbanização reduziu significativamente a arborização. A escolha das espécies plantadas leva em consideração o conforto térmico e a melhoria da qualidade de vida da população.
“A Semma tem adotado como medida de mitigação o aumento das áreas verdes em Belém, pois o índice atual é muito baixo e a temperatura está elevada. Estamos mapeando a cidade para torná-la mais verde, escolhendo espécies que ajudem a melhorar o microclima e a qualidade de vida. Além disso, trabalhamos na educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância dessas ações”, destaca a secretária de Meio Ambiente, Juliana Nobre.
Além do plantio de árvores, a Prefeitura também mantém parcerias com instituições como a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), o Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM) e o Instituto do Bem da Amazônia, que auxiliam no desenvolvimento de planos de arborização e políticas públicas voltadas à adaptação climática.
Educação ambiental como ferramenta de transformação
A conscientização da população é peça-chave no enfrentamento das mudanças climáticas. Em Belém, a Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, referência em ensino sustentável, desenvolve projetos que unem educação e preservação ambiental. A instituição, administrada pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec), atende cerca de 2.700 alunos nas ilhas de Caratateua, Cotijuba, Jutuba e Paquetá, promovendo atividades como: Agentes e Monitores Ambientais (AMA) – capacitação de alunos para atuarem como multiplicadores da educação ambiental; Horta do Conhecimento – incentivo ao cultivo sustentável e alimentação saudável; Biodigestores – tecnologia que transforma resíduos orgânicos em biogás e biofertilizante; Gerenciamento de Resíduos Sólidos – ensino sobre descarte correto e reciclagem.
De acordo com a Semec, essas ações visam formar cidadãos mais conscientes e comprometidos com a preservação ambiental, garantindo um futuro sustentável para a Amazônia.
Gestão de resíduos e reciclagem
O descarte inadequado do lixo urbano é um dos grandes desafios ambientais enfrentados pelas cidades. Para minimizar esse impacto, a Prefeitura de Belém implantou medidas que incentivam a destinação correta dos resíduos e ampliam a infraestrutura para coleta seletiva.
Atualmente, a capital conta com Ecopontos, onde a população pode descartar materiais recicláveis e resíduos volumosos de forma gratuita. Além disso, foi criado um Disk Entulho, que permite o recolhimento de pequenos volumes de entulho e restos de poda sem custo para os moradores. Segundo a titular da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), Thayta Martins, a iniciativa visa reduzir os 202 pontos críticos de descarte irregular identificados na cidade.
“A escolha dos locais para instalação dos Ecopontos leva em consideração essas áreas críticas para que possamos combater o descarte irregular. Além disso, trabalhamos fortemente na educação ambiental, informando a população sobre o uso correto desses serviços e incentivando a denúncia de descartes inadequados“, afirma Thayta Martins.
Outra inovação é o Mapa Interativo Operacional, disponível no site da concessionária Ciclus Amazônia, que permite aos cidadãos consultarem dias e horários de coleta de lixo em seus bairros, facilitando o planejamento e evitando o descarte indevido nas ruas.
Rumo à COP 30: o futuro sustentável de Belém
A realização da COP 30 em Belém não apenas colocará a cidade no centro das discussões climáticas globais, mas também trará legados duradouros para a população. A Prefeitura vem se preparando para o evento com ações concretas que impactam diretamente a qualidade de vida dos belenenses. No entanto, a luta contra as mudanças climáticas exige esforço coletivo e planejamento estratégico. Para isso, a gestão municipal aposta em iniciativas voltadas à arborização, educação ambiental, reciclagem e preservação dos espaços naturais.
O secretário executivo para a COP 30, André Godinho, explica que os efeitos das mudanças climáticas já não são uma problemática do futuro, “é algo do presente e isso é perceptível no dia a dia das pessoas. A população precisa entender e se conscientizar cada vez mais que as mudanças climáticas já são reais. Existem estudos que mostram que Belém até 2050 deve ser a cidade mais quente do mundo”, informou.
Godinho lembrou também que “a gestão do prefeito Igor está atenta e empenhada nas questões ambientais que geram impactos diretos na cidade a na população”, e completa que “todas as ações que a prefeitura vai trazer e a discussão da COP é para tentar mostrar e conscientizar a população que essas mudanças já são reais e que a gente precisa agir, seja através de uma destinação melhor dos resíduos sólidos, seja com o cuidado com o meio ambiente com a água e a preservação de áreas verdes que nós temos dentro da cidade”.
Foto: Jader Paes / Agência Belém
Reprodução: Ag.Belém
