sábado, setembro 13, 2025
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Superbactérias matam mais que Aids e Brasil não tem tratamento

Dado faz parte de análise feita pela Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP)

Um novo estudo internacional revelou uma lacuna no combate às chamadas superbactérias no Brasil. 

O dado faz parte de uma análise realizada pela Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP), publicada na revista científica The Lancet Infectious Diseases.

Segundo o levantamento, somente 0,36% dos pacientes infectados com microrganismos resistentes aos antibióticos conseguem acesso ao tratamento adequado.

O percentual brasileiro ficou bem abaixo da média observada em outros países de renda média e baixa, nos quais o índice foi de 6,9%. No topo da lista, México e Egito alcançaram 14,9%.

Resistência da bactéria
Ainda conforme o estudo, em 2019, foram registrados cerca de 101 mil casos de infecção por bactérias resistentes no Brasil, mas apenas 363 pessoas tiveram acesso aos antibióticos necessários.

A resistência antimicrobiana (RAM) ocorre quando bactérias, fungos e outros micro-organismos deixam de responder aos medicamentos disponíveis.

Isso torna as infecções mais difíceis de tratar e aumenta significativamente o risco de complicações graves, incluindo a morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a RAM como uma das dez maiores ameaças à saúde pública mundial.

Matam mais do que Aids e Malária
Infecções resistentes causaram diretamente 1,27 milhão de mortes em 2019, um número maior do que a Aids e a malária no mesmo período, de acordo com outra análise publicada no The Lancet.

Indiretamente, estima-se que tenham contribuído para a perda de quase 5 milhões de vidas ao longo do tempo. A projeção para as próximas décadas é ainda mais preocupante: até 2050, o número de mortes diretas pode alcançar 1,9 milhão por ano.

Novo estudo
O estudo analisou dados de oito países: Bangladesh, Brasil, Egito, Índia, Quênia, México, Paquistão e África do Sul. Juntos, somaram cerca de 1,5 milhão de infecções por bactérias gram-negativas resistentes a carbapenêmicos, um tipo potente de antibiótico usado como último recurso.

Apenas uma fração reduzida desses pacientes recebeu tratamento adequado.

Riscos da falta de tratamento
Grande parte do debate sobre resistência antimicrobiana gira em torno do uso indevido de antibióticos, como a automedicação, que favorece a evolução de bactérias mais resistentes.

No entanto, mesmo quando o paciente já está infectado por uma superbactéria, ele muitas vezes não consegue acessar o tratamento necessário, especialmente em países com menos recursos.

Entre os desafios estão o diagnóstico correto e rápido, o custo elevado de exames laboratoriais especializados e a ausência de medicamentos eficazes.

Além disso, o desenvolvimento de novos antibióticos tem sido lento.

Isso se deve ao baixo retorno financeiro para as indústrias farmacêuticas. Esses remédios são usados por pouco tempo e geralmente como último recurso, ao contrário dos medicamentos para doenças crônicas.

Quais são os próximos passos?
O levantamento reforça que o combate à resistência antimicrobiana exige não somente o uso mais consciente de antibióticos, mas também investimentos urgentes em diagnóstico, acesso a tratamentos e desenvolvimento de novas terapias.

Para isso, Pereira ressalta a necessidade de investimento em pesquisas na área.

Foto Reprodução

Reprodução: gazetasp Monise Souza

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