A arte popular da Amazônia está brilhando na 25ª edição da Fenearte, em Olinda (PE), a maior feira de artesanato da América Latina. Este ano, o Pará levou mais de 500 peças feitas com madeira de embarcações desativadas, assinadas por artistas do projeto Duletos, do Instituto Letras que Flutuam.
Criado em Belém, o Instituto valoriza o trabalho dos “abridores de letras” artistas que pintam os nomes nas proas de barcos ribeirinhos. Em 2025, esse ofício completa 100 anos, e parte dessa história foi transformada em arte decorativa e sustentável, exibida em um estande que convida o público a conhecer a cultura amazônica de perto.
Palavras como “alegria” e “gratidão”, pintadas à mão em madeira reaproveitada, chamam atenção dos visitantes e já ganharam espaço em lojas como a do MASP, em São Paulo. “É uma troca rica, que rompe o isolamento do Norte e mostra a potência da nossa cultura”, afirma Fernanda Martins, diretora do Instituto.
Além de vendas, a feira tem sido uma verdadeira escola para os artistas envolvidos. Para alguns, como Kekel e Barata, foi a primeira viagem de avião. Lá, eles aprenderam sobre precificação, logística e empreendedorismo cultural. “Estamos conseguindo contar o que é a Amazônia ribeirinha para quem nunca ouviu falar das nossas letras”, destaca Fernanda.
A Fenearte segue até o dia 20 de julho e reúne mais de 5 mil expositores do Brasil e do mundo, celebrando a cultura popular com o tema “A Feira das Feiras”. Para o Pará, participar é mais do que vender: é mostrar que as letras da Amazônia seguem navegando agora, mais longe e mais visíveis do que nunca.
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