A investigação que serviu de base para a Operação Contenção deflagrada no dia 28 de outubro de 2025 pelos órgãos de segurança pública do Rio de Janeiro revelou uma rotina de violência extrema praticada pela facção Comando Vermelho com domínio em comunidades dos complexos da Penha e do Alemão. A decisão judicial associou torturas sistemáticas, controle armado de moradores e execução de adversários a essa estrutura criminosa.
Segundo o documento judicial, as interceptações telefônicas e vídeos coletados pela investigação mostram que integrantes do Comando Vermelho mantinham “soldados do tráfico”, responsáveis por proteger operações, e que utilizavam tortura como instrumento de intimidação e dominação das comunidades. Em um dos relatos, uma vítima aparece amarrada, amordaçada e sendo arrastada por um carro enquanto implora por perdão o episódio teria sido registrado em vídeo, segundo os autos.
Além disso, a denúncia aponta que o grupo executava pessoas mesmo após rendição, e o juiz que analisou o caso descreveu indícios suficientes dos crimes de tortura e de associação para o tráfico.
Organizações de direitos humanos reagiram duramente. A Anistia Internacional classificou a operação como “desastrosa”, afirmando que o Estado não mostrou controle da situação, e denunciou risco elevado à vida e integridade de moradores das comunidades.
Imagem: Fabiano Rocha/Agência O Globo









