Diante da crescente importância de combater e prevenir a violência obstétrica, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) intensificou a Campanha Tolerância Zero à Violência Obstétrica. A iniciativa visa conscientizar a sociedade sobre o tema, garantir o respeito aos direitos das mulheres durante a gestação, parto e pós-parto, e oferecer apoio às vítimas.
Com o objetivo de aprimorar o conhecimento e a sensibilidade dos profissionais de saúde no combate à violência obstétrica, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) promoveu um ciclo de palestras sobre o tema.
O evento, direcionado às equipes assistenciais e ao corpo clínico do hospital, abordou os impactos legais do desrespeito aos direitos das mulheres durante a gestação, parto e pós-parto. As palestras tiveram como foco a conscientização sobre a importância do parto humanizado e o combate à violência obstétrica em todas as suas formas: física, verbal, psicológica, etc.
Após a etapa de conscientização dos profissionais de saúde, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) intensificou as ações de combate à violência obstétrica, focando na informação e capacitação de pacientes e seus familiares.
Reforçou também a importância de denunciar casos de violência obstétrica e incentiva o uso dos canais de denúncia da instituição, que funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana. O hospital garante sigilo absoluto e apoio total às mulheres que desejarem relatar possíveis violações.
O HRAS, localizado em Icoaraci, distrito de Belém, destaca-se como referência em atendimento neonatal, tendo registrado 5.003 partos nos últimos 12 meses, sendo 2.327 partos normais e 2.676 cesarianas.
Para esclarecer as formas mais comuns de violência obstétrica, Thalita Beltrão detalhou alguns exemplos que, embora possam parecer simples, têm impactos significativos na vida das gestantes e de suas famílias. As informações a seguir são as mesmas repassadas às pacientes durante a internação no Centro Obstétrico do Hospital Abelardo Santos. Entre elas estão:
- Falta de consentimento informado: Realização de procedimentos sem a devida explicação para a gestante e sem o seu consentimento, como a episiotomia (corte no períneo, região entre a vagina);
- Tratamento desrespeitoso: Insultos, agressões verbais ou humilhações durante o trabalho de parto ou a consulta pré-natal;
- Negligência no atendimento: Ignorar os desejos da mulher, não monitorar adequadamente a saúde dela e do bebê, ou não oferecer analgesia quando solicitada;
- Intervenções médicas desnecessárias: Forçar procedimentos, como cesáreas, sem necessidade médica, simplesmente por conveniência ou preferência do profissional;
- Ignorar a dor da mulher: Minimizar ou desconsiderar a dor de parto, não oferecendo apoio ou alívio adequado;
- Exposição excessiva da mulher: Deixar a mulher em situações de vulnerabilidade, como estar sem roupa e sem privacidade, em situações públicas ou diante de várias pessoas sem o seu consentimento;
- Pressão para realizar intervenções: Pressionar a gestante a realizar procedimentos que ela não quer, como a indução do parto ou o uso de medicamentos sem necessidade;
- Recusa de acompanhante: Impedir ou dificultar a presença de um acompanhante escolhido pela mulher durante o parto;
- Não ouvir a mulher: Desconsiderar as preferências da gestante, como a escolha da posição de parto ou outros aspectos do atendimento;
- Pós-parto desumanizado: Ignorar as necessidades físicas e emocionais da mulher após o parto, como não oferecer orientação sobre amamentação, cuidados com a saúde mental ou restabelecimento físico.
A violência obstétrica é uma grave violação dos direitos humanos das mulheres que ocorre durante a gestação, parto e pós-parto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como violência obstétrica uma série de práticas abusivas que podem causar danos físicos e psicológicos à mulher.
Serviço
Para garantir que as denúncias de violência obstétrica sejam realizadas de forma ágil e segura, o Hospital Abelardo Santos disponibiliza o canal do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), de forma presencial ou por meio do número de WhatsApp (91) 99270-0381. Há outras opções, como o Disque 180 ou o Disque 100, ou ainda pelo site www.saude.pa.gov.br/ouvidoria.
Fotos: Diego Monteiro