O município de Ipixuna do Pará, no nordeste do Estado, será a sede do primeiro complexo industrial sustentável para a produção de etanol, biogás, hidrogênio verde, biofertilizantes e carne suína. O projeto também integra um aplicativo de mobilidade (Tabb), visando reduzir emissões de gás carbono e gerar receitas com foco na exportação de carne e derivados, além de transporte e logística.
O projeto Tabb Mobility integra diversas fontes de receita e tecnologias inovadoras, como a produção de etanol, biogás, hidrogênio verde, carne suína, biofertilizantes e créditos de carbono, que irão revolucionar o setor energético com uma solução sustentável, impulsionando o futuro da energia limpa e renovável.
Segundo o engenheiro florestal Leonardo Carvalho, criador do projeto, mais do que um marco, esse é o começo de uma nova era para o país e para o mundo.
“A partir do milho, adquirido de fornecedores locais, iremos converter essa matéria-prima natural em etanol, utilizando subprodutos como o WDG (Wet Distillers Grains) para alimentação de suínos. A produção de Biogás será resultado da composição de resíduos orgânicos e dejetos da suinocultura, através do processo de fermentação anaeróbica para produção de biogás. Essa inovação sustentável irá gerar uma energia limpa”, explica o o criador do projeto.
Leonardo ressalta ainda que o grande diferencial deste projeto é o aproveitamento do biogás não apenas para gerar eletricidade e biometano, mas também para a produção de hidrogênio verde, um combustível limpo com demanda crescente no mercado interno e internacional. O projeto se alinha com as metas globais de descarbonização e oferece múltiplas fontes de receita, incluindo biogás, biofertilizantes, créditos de carbono e hidrogênio.
“O mercado de hidrogênio está em rápida expansão, com o hidrogênio verde sendo considerado uma das principais soluções para descarbonizar setores como transporte pesado, indústria e geração de energia. O Brasil tem um grande potencial para produção de hidrogênio verde devido à abundância de recursos renováveis, como energia solar e eólica, e ao crescimento da produção de biogás a partir de resíduos agropecuários. Estima-se que o mercado de hidrogênio verde atinja mais de US$ 200 bilhões até 2030 globalmente”, prevê Leonardo.
Atendando as demandas por hidrogênio no Brasil, o hidrogênio verde pode ser utilizado em setores como siderurgia, transporte pesado e indústrias químicas, além de servir como um potencial produto de exportação para países que buscam reduzir suas emissões.
• Mercado de biogás e biometano: A demanda por biogás e biometano está crescendo no Brasil, impulsionada por políticas de energia limpa e incentivos governamentais, como o RenovaBio.
Este projeto produzirá uma série de produtos:
• Biogás: Para geração de eletricidade local e venda de excedentes.
• Biometano: Purificado e comercializado para uso como combustível ou injetado na rede de gás.
• Hidrogênio Verde: Produzido a partir do biogás, será vendido para aplicações industriais e de transporte pesado.
• Biofertilizantes: Resíduos sólidos resultantes do processo de biodigestão, vendidos para o mercado agrícola.
• Créditos de Carbono: A substituição de combustíveis fósseis por biogás e hidrogênio permitirá a geração de créditos de carbono.
A produção de hidrogênio a partir do biogás é uma oportunidade estratégica, aproveitando a crescente demanda por fontes de energia limpas. A capacidade de produção estimada é de 200 a 300 kg de hidrogênio por dia, o que equivale a aproximadamente 73 a 109 toneladas de hidrogênio por ano.
O mercado de hidrogênio está crescendo tanto no Brasil quanto internacionalmente, com aplicações em diversos setores:
• Indústria: O hidrogênio é utilizado em processos de refinarias, siderurgia e na produção de amônia para fertilizantes.
• Transporte: Frotas de veículos pesados e sistemas de transporte, como caminhões e ônibus movidos a células de combustível de hidrogênio, estão sendo desenvolvidos.
• Exportação: O Brasil pode aproveitar a demanda internacional, especialmente na Europa e Ásia, onde há metas agressivas de descarbonização.
O preço médio do hidrogênio verde varia entre US$ 4 e US$ 7 por quilo, o que pode gerar receitas entre R$ 80 milhões a R$ 150 milhões por ano, dependendo da capacidade de produção e preço de mercado.
Com o sucesso da operação inicial, o projeto poderá ser expandido para aumentar a produção de hidrogênio e explorar novos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, a produção de hidrogênio pode ser integrada em cadeias logísticas e industriais que demandam combustíveis limpos, criando novas oportunidades de mercado.
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