A Semana de Combate às Arboviroses, iniciada no dia 2 de dezembro e que segue até o dia 6 de dezembro, marca um período essencial para a intensificação das ações de prevenção e controle das arboviroses no Pará. O objetivo da iniciativa é promover a conscientização da população, capacitar os profissionais de saúde e implementar medidas para reduzir os impactos das doenças transmitidas pelos vetores que causam as arboviroses.
A coordenadora de imunizações da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), Jaíra Ataíde, destaca que o controle eficaz dessas doenças requer ações múltiplas, incluindo a vacinação. “As arboviroses são doenças causadas por vírus que têm como hospedeiro o mosquito, como o vírus da febre amarela, transmitido pela picada do Aedes aegypti”, explica.
A vacinação contra a febre amarela é uma das mais conhecidas e eficazes no controle de uma doença que pode ser fatal, especialmente em áreas de risco. A vacina, que é gratuita e administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicada em uma única dose, oferecendo proteção de longo prazo. Essa ação segue como um pilar no controle das arboviroses no estado.
Febre amarela tem vacinação gratuita pelo SUS
A febre amarela é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos Aedes aegypti e Haemagogus. Seus sintomas podem variar de leves a graves e geralmente se manifestam de forma abrupta. Os principais sintomas da febre amarela incluem:
• Febre alta repentina
• Calafrios
• Dor de cabeça intensa
• Dores musculares, especialmente nas costas
• Fadiga e fraqueza
• Perda de apetite
• Náuseas e vômitos
• Dor abdominal
• Icterícia (pele e olhos amarelados) – sintoma característico, aparece quando a infecção afeta o fígado.
• Sangramentos (em casos graves) – como sangramentos nas gengivas, nariz ou em outros locais.
• Confusão mental e delírios – em casos mais graves, pode ocorrer comprometimento cerebral.
Em formas graves, a doença pode levar a insuficiência hepática, insuficiência renal, hemorragias intensas e choque, o que pode ser fatal sem tratamento adequado.
É importante procurar atendimento médico imediato se houver suspeita de febre amarela, especialmente em áreas endêmicas. A vacina é a principal forma de prevenção da doença.
Além disso, o controle das arboviroses envolve outras medidas preventivas, como o combate aos criadouros do mosquito e o uso de repelentes. A coordenadora de imunizações da Sespa reforça que a vacinação é uma ferramenta importante, mas que deve ser complementada por ações contínuas de eliminação dos focos do mosquito. “A vacinação é apenas uma parte da solução. Precisamos, simultaneamente, eliminar os focos do mosquito e orientar a população sobre práticas preventivas”, ressalta Jaíra.
Ações de monitoramento e capacitação
Além da vacinação, o governo estadual tem promovido um conjunto de ações para capacitar os profissionais de saúde e aprimorar o monitoramento das arboviroses. Durante a Semana de Combate às Arboviroses, estão sendo realizados treinamentos para médicos e enfermeiros, com foco no diagnóstico diferencial e no manejo clínico adequado das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
As atividades também incluem a apresentação de novas ferramentas para o monitoramento da vigilância vetorial, como protocolos de coleta e análise de casos suspeitos. Há, ainda, simulações de controle vetorial e rodas de conversa com profissionais da saúde.
Nessas atividades, especialistas discutem medidas práticas e eficientes para o manejo da dengue em crianças e adultos, com ênfase na importância de um diagnóstico precoce e no tratamento adequado dos pacientes. Além disso, a Semana de Prevenção dispõe de webinários e sessões de orientação sobre como implementar ações de controle em comunidades de risco estão sendo oferecidos aos profissionais de saúde.
A Sespa observa que a Semana de Combate às Arboviroses se configura, assim, como uma oportunidade para reforçar a união entre as equipes de saúde e a população, criando um ambiente propício para o fortalecimento das ações de controle e prevenção.
As estratégias adotadas pela Sespa incluem, ainda, o combate aos criadouros do mosquito, que são encontrados principalmente em recipientes com água parada, como caixas d’água, pneus e garrafas. A população é incentivada a eliminar esses criadouros, além de utilizar repelentes e adotar medidas de proteção, como o uso de roupas de manga longa e mosquiteiros.
Texto de Bianca Botelho / Ascom Sespa
Fonte: Agência Pará/Foto: Marcos Santos/AG Pará