Para o vice-presidente, a tarifa imposta pelos EUA “não tem sentido” e afirmou que governo vai “trabalhar para reverter” o cenário
Leticia Martins, Fernanda Tavares e Guilherme Rajão, da CNN, São Paulo
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste domingo (13), em São Paulo, que as tarifas impostas pelos Estados Unidos prejudica o “consumidor norte-americano”. A declaração ocorre após o governo dos EUA anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“Não tem sentido essa tarifa, inclusive ela prejudica o consumidor norte-americano”, disse Alckmin.
O vice-presidente ainda afirmou que a resposta à decisão dos Estados Unidos virá por meio do decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, que deve ser publicado até terça-feira (15).
“O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reciprocidade, que determina: se houver tarifa lá, haverá tarifa aqui. A regulamentação, que é por decreto, sai amanhã ou até terça-feira”, afirmou Alckmin. “O governo vai trabalhar porque entendemos que essa medida é inadequada, não se justifica e vamos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio).”
Alckmin declarou também que vai trabalhar “para reverter” as tarifas, além de mencionar que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil, tanto na balança de bens quanto de serviços, e não há justificativa econômica para o chamado “tarifaço”.
“Em reação às tarifas americanas, o Brasil não é problema para os EUA. Os EUA têm um superávit conosco, tanto de serviços quanto de bens. O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, disse.
O mercado dos EUA é o segundo principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em receitas nas vendas para o país norte-americano.
O governo tem até o dia 1º de agosto para tentar mudar o cenário da sobretaxa, visto que Donald Trump afirmou que a imposição das tarifas de 50% dos produtos brasileiros acontecerá a partir desta data.
Foto: CNN