Um vídeo que circula em redes sociais mostra momentos de desespero vividos por moradores na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, durante um violento confronto entre policiais e traficantes, na manhã desta sexta-feira, 16. As imagens mostram um grupo de adultos e pelo menos duas crianças tentando sair da linha de tiro e se abrigar em algum lugar. Eles chegam a deitar no chão para se protegerem dos disparos e pedem que alguém abra a porta de casa para que entrem.
“Abre aqui pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus abre aqui para as crianças”, grita uma mulher. Outra também pede, desesperada: “Socorro! Socorro! Misericórdia. Gente, tem criança aqui”. Um homem tenta acalmar as duas, que seguem implorando para que a porta de uma casa seja aberta.
O grupo consegue atravessar a rua, mas uma das crianças fica para trás, mas uma criança, uma menina, fica para trás, dentro de um carro. Os disparos continuam e barulhos semelhantes a explosões também são ouvidos. O homem consegue pegar a criança e o grupo segue numa corrida desesperada até que chegam a uma casa a abrem o portão.
A cena foi registrada durante uma operação que a Polícia Civil do Pará e a do Rio fizeram foi para cumprir um mandado de prisão contra o paraense Walleson Sousa da Silva, o Troia, acusado de extorsão majorada e de integrar uma organização criminosa.
De acordo com as investigações, Walleson e seria um dos responsáveis por extorquir dinheiro de empresário e comerciantes no bairro Maguari, em Ananindeua, no Pará. A cobrança é referente à taxa do crime na região. Os pagamentos são mensais. O suspeito ocuparia uma posição chamada de Idealizador de Missões na facção criminosa.
Dados da Polícia Civil de abril deste ano mostravam que, até então, pelo menos 101 bandidos de outros estados estavam escondidos em favelas na Região Metropolitana do Rio. Entre eles, 12 dos 13 chefes da principal facção do Pará, o Comando Vermelho. A migração acontece, segundo as autoridades de segurança, geralmente após os criminosos terem a prisão decretada. O controle de seus redutos, porém, continua, com ordens passadas por meio de outros integrantes das quadrilhas ou de advogados.
Fonte: O Globo/Imagens: Reprodução