quinta-feira, setembro 19, 2024
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Varejistas da região Norte têm dificuldade de informar se ovos vendidos vêm de aves livres de gaiolas

A Alianima, organização sem fins lucrativos dedicada a promover melhorias de bem-estar animal nas cadeias produtivas, divulgou nesta semana a primeira edição do relatório “Observatório do Ovo”, que avalia o progresso de supermercadistas brasileiros na transição para a venda exclusiva de ovos livres de gaiolas até 2028 ou antes. A pesquisa revela que, apesar dos avanços significativos por parte de algumas redes, 74% das empresas não responderam ao relatório com informações claras sobre suas metas e progressos.

O relatório é resultado do trabalho da organização em monitorar e divulgar o cumprimento dos compromissos públicos em bem-estar animal assumidos por supermercadistas brasileiros. Desde 2015, aproximadamente 200 empresas dos setores alimentício e de hotelaria assumiram o compromisso de utilizar e vender apenas ovos produzidos por galinhas criadas em sistemas livres de gaiolas. Dentre as empresas comprometidas, os supermercadistas ganham destaque, sendo o setor com maior alcance populacional, através das lojas físicas ou e-commerces.

“O prazo para a transição completa para ovos livres de gaiolas está se aproximando, e é crucial que as empresas mostrem transparência e responsabilidade para com os consumidores e a causa do bem-estar animal. Nosso relatório evidencia que há um longo caminho a ser percorrido, especialmente em termos de comunicação e compromisso”, comenta Patrycia Sato, Diretora técnica da Alianima.

De acordo com os dados coletados pela organização, apesar do compromisso público de transição para ovos cage-free até 2028, muitas redes, incluindo Cencosud, Sonda e Záffari, falharam em fornecer atualizações claras e regulares sobre seu progresso.

Por outro lado, redes que responderam ao relatório, como Carrefour e GPA, apontaram alguns desafios na transição para ovos livres de gaiolas, dentre eles, os regionais. As regiões Norte e Nordeste enfrentam maiores dificuldades devido à baixa oferta de ovos livres de gaiolas e altos custos de transporte — tornando a transição mais complexa.

Entre as principais recomendações, a Alianima sugere que as empresas supermercadistas:

  • Aumentem a Transparência: Empresas devem fornecer relatórios anuais detalhados sobre o progresso de suas metas de transição para ovos cage-free.
  • Amplifiquem a Comunicação: É essencial que as empresas comuniquem claramente seus compromissos e avanços para os consumidores.

De acordo com a organização, a regulamentação do setor é fundamental. Patrycia Sato destaca que a falta de regulamentação oficial é um desafio significativo e órgãos governamentais devem estabelecer padrões mínimos de boas práticas de criação na avicultura de postura 

“A Alianima reforça o compromisso em monitorar o progresso das empresas que se comprometeram publicamente em adotar políticas de bem-estar animal”, destaca Patrycia Sato. “Estamos comprometidos em manter a pressão sobre as redes supermercadistas para que cumpram suas promessas e avancem na direção de um futuro mais ético e sustentável com os animais na indústria alimentícia.”, conclui a Diretora técnica da Alianima.

Clique aqui para acessar o relatório completo “Observatório do Ovo”.

Sobre a Alianima – A Alianima é uma organização de proteção animal sem fins lucrativos, que trabalha em estreita colaboração com líderes da indústria alimentícia para identificar e abordar os principais desafios enfrentados pela cadeia de produção animal. A organização oferece parcerias, consultorias e suporte técnico gratuito às empresas comprometidas em melhorar as condições de vida dos animais, auxiliando na implementação de práticas sustentáveis e de bem-estar animal. Com uma equipe especializada, fundamenta todas as suas ações e materiais em dados técnico-científicos, com o objetivo de fomentar uma indústria mais atenta e preocupada com o sofrimento animal e um consumidor mais informado sobre a origem de seus alimentos.

Saiba mais em: alianima.org/observatorioanimal.com.br

Texto: Adriana Silva Fonte e imagem: Agência Pauta Social

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