O doutor em Zoologia e pesquisador do Museu Paraense Emilio Goeldi, Alexandre Bragio Bonaldo , chamou atenção ao descobrir e descrever 472 novas espécies de aranhas. No ano passado, ele identificou 50 novas aranhas para a ciência, além de um novo gênero, classificado em décimo lugar no ranking mundial do World Spider Catalog (WSCA), plataforma de referência para os estudos em aracnologia mantida pelo Museu de História Natural de Berna (Suiça).
Com 24 anos de atuação dedicados ao Museu Goeldi, Alexandre Bonaldo, é o primeiro aracnólogo da história da instituição e curador de uma coleção de aracnídeos formada por 40 mil lotes de animais preservados, abrangendo sobretudo a fauna da América do Sul e amazônica. O acervo da coleção serve de base para muitas das pesquisas, e o foco dos trabalhos é orientado mais pelo recorte taxonômico do que por critérios geográficos.
Além de modernizar os laboratórios, Bonaldo enfatiza a necessidade de investir mais em capacitação e retenção de talentos na pesquisa.
“É preciso incentivar a formação de taxônomos e sistematas e dar condições para que eles produzam ciência e possam descrever as muitas espécies que ainda não foram descritas. Para se ter uma ideia, temos 52 mil aranhas descobertas no mundo, porém a estimativa é que o número total chegue a 200 mil. No ritmo atual, ainda vamos precisar de mais 500 anos para descrever todas essas espécies. Então, é preciso acelerar a descrição dessas espécies para disponibilizar essas informações para políticas públicas, para a definição de áreas de preservação e para os estudos de ecologia, que vão entender como são as dinâmicas e os processos ecológicos que mantêm essa diversidade no planeta”, ressalta Alexandre Bonaldo.
Foto: Janine Valente
Informações: gov.br