O Pará está entre os estados brasileiros que registram aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados principalmente pelos vírus Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A informação é do mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (6) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Com tendência de crescimento no longo prazo, o estado integra uma lista de 25 unidades da federação com níveis de alerta, risco ou alto risco para SRAG. Também estão nessa condição estados como Amazonas, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia.
Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, apesar da alta de casos entre crianças, alguns estados das regiões Norte e Centro-Sul já apresentam sinais de estabilização. “Reforço a importância da vacinação contra o vírus da influenza A, especialmente nas populações mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com comorbidades e gestantes”, destacou.
Casos e perfil epidemiológico
Em 2025, o Brasil já notificou 83.928 casos de SRAG. Desses, 49,4% deram resultado positivo para algum vírus respiratório, sendo os principais o VSR (45%) e a Influenza A (22,7%).
Entre as crianças de até quatro anos, o VSR é o principal causador das infecções graves, seguido do rinovírus e da Influenza A. Já entre os idosos com mais de 65 anos, a Influenza A é predominante e tem sido responsável pelo maior número de hospitalizações e mortes.
De acordo com o boletim, nas últimas quatro semanas, 73,4% das mortes por SRAG no Brasil foram causadas por Influenza A.
Situação no Pará
No estado, foram notificados 34.588 casos de síndrome gripal entre 1º de janeiro e 6 de junho uma redução em relação ao mesmo período de 2024, quando houve mais de 50 mil registros. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) mantém o alerta.
“A Sespa tem fortalecido a vigilância dos vírus respiratórios no Pará com treinamentos, reforço aos profissionais de saúde e orientações para o manejo clínico adequado”, afirmou Adriana Veras, coordenadora estadual de Epidemiologia.
Desde o início da campanha de vacinação contra a gripe, em setembro de 2024, mais de 2 milhões de pessoas já foram imunizadas no estado. No entanto, a cobertura vacinal entre os grupos prioritários ainda está em apenas 51%, bem abaixo da meta de 90%.
Baixa adesão preocupa
Entre as crianças, a cobertura vacinal está em 66%, mas entre os idosos, nenhum município paraense atingiu o índice ideal de imunização.
“Esse período chuvoso favorece a circulação viral, já que as pessoas passam mais tempo em locais fechados e com aglomerações”, alertou Jaíra Ataíde, diretora da Divisão de Imunizações da Sespa.
Ela também ressaltou a importância de combater fake news: “A verdade é que as vacinas são a principal forma de prevenção contra doenças graves que podem deixar sequelas e até levar à morte”.
A vacinação continua nas unidades básicas de saúde para o público prioritário, incluindo crianças, idosos, gestantes, profissionais da saúde e da educação, pessoas com comorbidades, indígenas e outros grupos definidos pela Sespa.
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