Um avanço promissor na área da saúde ocular pode estar a caminho: técnicos desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial que, com base em uma única imagem de retinografia, conseguiu identificar pacientes com glaucoma uma doença silenciosa que pode levar à cegueira irreversível sem sintomas aparentes.
Segundo o oftalmologista Rodrigo Lindenmeyer, coordenador do Setor de Glaucoma do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o algoritmo mostrou-se até mais sensível que o software convencional dos aparelhos. Ele ressalta, porém, que essa tecnologia ainda está em fase experimental e restrita à pesquisa acredita-se que levará ao menos uma década para que possa ser utilizada clinicamente e de forma ética.
O glaucoma afeta de forma silenciosa o nervo óptico: muitos só descobrem a doença em fases avançadas, quando parte da visão já foi permanentemente perdida. O controle da pressão intraocular, geralmente com colírios, é essencial, mas não reverte danos já causados.
Lindenmeyer enfatiza que a inteligência artificial poderá revolucionar o diagnóstico e a prevenção, sobretudo nas regiões com infraestrutura limitada. “Ferramentas mais acessíveis e portáteis poderão chegar a áreas desassistidas, modificando as estatísticas de quem já tem a doença e não sabe”, afirma.
Imagem: Agência Brasil