quinta-feira, dezembro 12, 2024
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ADEPARÁ realiza Fórum de vigilância para febre aftosa

A abertura de novos mercados para a carne produzida no Pará, estado com o segundo maior rebanho bovino do País, norteou as discussões da Expopara 2024, evento realizado pela Associação Rural da Pecuária do Pará (ARPPA), no Parque de Exposições em Belém.

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) participou da programação do evento, promovendo o VII Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa, que integra uma das etapas do Plano Estratégico da Febre Aftosa, onde foram apresentados os principais avanços obtidos após a suspensão da vacinação do rebanho, ocorrida no ano passado com a última etapa de vacinação realizada no Pará.

Na abertura do evento, o diretor-geral da Agência de Defesa, Jamir Macedo, disse que o Pará inicia um novo ciclo de produção com rebanho saudável e alta produtividade, sem a obrigatoriedade de vacinar o rebanho contra a febre aftosa. “É muito importante frisar que a retirada da vacina é um grande avanço, além de demonstrar que o Estado possui uma pecuária com sanidade aprovada, também possibilita abertura de novos mercados, desenvolvimento da produção, acesso à nossa carne. Mercados que hoje são inatingíveis e tudo isso vai proporcionar desenvolvimento da cadeia, geração de emprego, geração de renda para o nosso povo”, frisou o diretor.

Na programação do Fórum, duas palestras abordaram essa nova realidade trazida pela retirada da vacina. Na palestra sobre a “Evolução do Plano Estratégico do PNEFA no Estado do Pará”, a gerente de defesa animal da ADEPARÁ, Graziela Oliveira, detalhou as diretrizes propostas no plano estratégico e que são desenvolvidas pela Agência para o avanço da área livre de febre aftosa sem vacinação e a manutenção dessa área com ênfase no processo de vigilância baseada em risco, aumentando a sensibilidade do serviço (vigilância ativa) e a importância da notificação da doença de forma precoce (vigilância passiva).

Os Fóruns são realizados desde quando o Plano foi lançado, em 2017, com a proposta de compartilhar informações e atualizar as equipes sobre os processos que estão ocorrendo. “Os fóruns são fundamentais para fazer essa interação com todos os atores da cadeia produtiva sobre os componentes do Plano. É importante no processo não só da conquista que nós estamos almejando para o próximo ano, mas também para a manutenção desse status sanitário. Então, a partir do momento que nós conquistarmos esse status, nós precisamos cada dia estar mais alinhados, interagindo com o setor, para que possamos sustentar a conquista que nós pleiteamos”, disse Graziela.

À convite da ADEPARÁ, o coordenador de defesa animal do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (INDEA-MT), João Marcelo Néspoli, ministrou a palestra “Vigilância contra a febre aftosa em área livre sem vacinação”. O fiscal agropecuário contou a experiência do estado vizinho com a retirada da vacinação obrigatória e destacou as estratégias  para a manutenção do novo status sanitário com a implementação da vigilância baseada em risco, a parceria entre setor público e privado e o fortalecimento das ações de educação sanitária nos estabelecimentos rurais.

“O sistema de vigilância já existia, mas com um enfoque diferente. E com a retirada de vacinação, ele ganhou uma importância maior.  É como se a vacinação fosse substituída pela vigilância. Mas em vigilância baseada em risco, ou seja, eleger as propriedades de maior risco para aumentar a sensibilidade de vigilância e fazer a vigilância nesses estabelecimentos rurais. E principalmente, fazer a parte de educação sanitária com esses produtores. Porque, justamente, é nestes estabelecimentos onde há mais chance da doença entrar. Se esse produtor estiver preparado para reconhecer a doença e fazer a notificação, nós vamos melhorar também a sensibilidade da vigilância passiva, que é aquela feita pelo produtor rural”, ressaltou.

Segundo o coordenador, o êxito das ações depende essencialmente da parceria com o produtor rural. “Estamos com um foco muito forte na vigilância passiva para a certificação, na vigilância ativa do serviço, e procurando incentivar ao máximo a vigilância passiva através de medidas de educação sanitária”, completou.

Com um patrimônio pecuário expressivo e responsável por 52% da exportação de animais vivos, o Pará segue avançando na construção de políticas públicas que aliem a pecuária com a preservação ambiental. A implementação da rastreabilidade animal com a identificação individual do rebanho até 2026 deve projetar o estado para um novo cenário focado na  pecuária sustentável.

Ações integradas – A integração entre as instituições parceiras é decisiva para que o Estado continue a avançar nas etapas do plano estratégico e alcançar o tão almejado reconhecimento internacional de área livre de aftosa sem vacinação. 

“A dinâmica de vigilância dentro do Pará, não só pela competência do serviço veterinário oficial, mas também da integração das instituições aos grandes programas, com a participação do produtor e da classe profissional, ajuda na evolução do Plano. O Pará, hoje, do ponto de vista da produção animal e da ciência animal também, assim como a cadeia da pecuária como um todo, é um exemplo a ser seguido”, ressaltou Jesus Sena, superintendente federal de agricultura no Pará.

Fonte: Agência Pará/Foto: Divulgação

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