Litro do produto fechou em R$ 2,7 em fevereiro; marca é 3,3% acima do preço verificado em janeiro, aponta levantamento da Esalq-USP, em Piracicaba (SP).
O preço do leite ao produtor registrou segunda alta consecutiva em 2025. O alimento subiu 3,3% na comparação com janeiro deste ano. A valorização do leite cru foi motivada pela maior competição das indústrias pela matéria-prima, conforme aponta pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, em Piracicaba (SP).
O clima adverso, com seca e calor intenso, em várias bacias leiteiras explicam a diminuição da oferta no campo e, por consequência, a concorrência entre os compradores.
Na média entre os cinco maiores centros produtores nacionais, o preço do leite captado fechou a R$ 2,7. Na comparação com o mês de fevereiro do ano passado, valorização é ainda maior em termos reais, equivalendo a 18,1%, quando os valores são deflacionados pelo IPCA do período.
Entenda, abaixo na reportagem, os principais fatores listados pela instituição para explicar o cenário nos últimos dois meses:
Segundo a pesquisadora do setor para o Cepea, Natália Grigol, o aumento da concorrência pela compra do leite cru é resultado da diminuição da oferta no campo em fevereiro, principalmente em devido ao clima adverso nas bacias leiteiras.
“De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou queda de 4,6%, puxado por recuo médio de 6% nos estados do Sul, de 9% em Goiás e de 4% em São Paulo. Em Minas Gerais, a diminuição foi de 1,3% e na Bahia, de 0,3%”, disse.
Ao mesmo tempo, agentes consultados pelo Cepea relataram que a demanda por lácteos na ponta final da cadeia se aqueceu em fevereiro, o que, somado ao aumento do preço da matéria-prima, elevou as médias do leite UHT e do queijo muçarela no atacado paulista.
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Ordenha de leite em vaca — Foto: Cícero Oliveira/UFRN
Por Claudia Assencio, g1 Piracicaba e Região
Foto Destaque: Reprodução Gazeta