Música, poesia e emoção marcaram a manhã deste sábado, 20, no Centro Cultural Banco da Amazônia, com a apresentação do grupo Crias do Curro Velho, formado por crianças, adolescentes e adultos, em sua maioria moradores da Vila da Barca, no bairro do Telégrafo. A atividade integra uma parceria entre o Centro Cultural e a Fundação Cultural do Pará (FCP), responsável pela coordenação dos trabalhos desenvolvidos no Curro Velho.
Para os integrantes, a apresentação representou mais do que um espetáculo artístico. “Estou muito feliz em poder me apresentar aqui nesse espaço do Banco da Amazônia, que é grande e muito bonito”, afirmou a percussionista Alícia de Fátima, de 13 anos, que participou pela segunda vez de uma apresentação do grupo, que já passou também pelo Teatro Waldemar Henrique.
A jovem Alice Sofia, de 12 anos, também tocadora de tambor, destacou sua trajetória no Curro Velho desde a infância. “Já fiz dança, fui passista e destaque. Hoje estou muito feliz por representar o Curro Velho nesse espaço tão bonito”, disse.

A apresentação integra a programação de final de ano do Centro Cultural Banco da Amazônia, que segue nesse domingo, 21, das 10h às 12h, com o Coral Vozes da Amazônia, e reapresentação do grupo Crias do Curro Velho.
Ao saudar o público, o gerente do Centro Cultural, Leandro Valente, agradeceu à Fundação Cultural do Pará e aos integrantes do Curro Velho pela parceria. “Gostaria de reafirmar o compromisso do Banco da Amazônia com a cultura e com a Amazônia Legal. Este é um espaço democrático, de portas abertas para a população”, destacou.
A diretora do Núcleo de Oficinas do Curro Velho, Celeste Iglesias, ressaltou a importância de iniciativas como essa para dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelo grupo. “É uma oportunidade para os meninos mostrarem seu talento, firmarem novas parcerias e ampliarem horizontes. É uma sementinha que estamos plantando”, afirmou.
Familiares também acompanharam a apresentação e destacaram o impacto das atividades na formação dos participantes. Vanda Lopes, mãe de Lucas Farias, de 18 anos, integrante da bateria show do Curro Velho desde os 5 anos, enfatizou o caráter educativo da experiência. “É aprendizado, conhecimento e novas vivências. Espaços como esse ampliam o universo dos meninos”, disse.
Entre o público, Raimunda Comesanha, que assistiu ao grupo pela primeira vez, avaliou a iniciativa como fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. “Quem sabe, no futuro, não teremos grandes músicos saídos do Crias do Curro Velho”, comentou.
A apresentação também despertou emoção em Amélio Araújo, de 47 anos, bombeiro do Banco da Amazônia, que integrou o Curro Velho na infância. “Fico emocionado de ver esses meninos se apresentando aqui”, afirmou.
Outro momento marcante foi a participação de Roberto Silva Santos, violoncelista formado pela Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA). Autista, ele ingressou no grupo há cerca de cinco anos, aos 35, após a mãe, Odineia dos Santos, descobrir que o projeto também acolhia adultos. “Foi bom demais. Pura emoção. Sou só gratidão”, declarou.
O espetáculo foi regido pelo maestro José Maria Bezerra, que atua em projetos do Curro Velho desde a década de 1990. “Somos muito gratos pela oportunidade e pelo espaço”, destacou.
Ao final, Leandro Valente reforçou o convite para a programação deste domingo e para a visita às exposições e instalações em cartaz no Centro Cultural: Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, Habitar a Floresta, Clima, o novo anormal, Banzeiro e Palavras para o Futuro. Ele também lembrou o lema institucional do banco: “Onde tem patrocínio, tem governo federal”.
Por Marta Brasil/Imagens: Divulgação











