sexta-feira, novembro 14, 2025
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Dom e experiência: o saber-fazer das parteiras no Pará

Na vila de Fernandes Belo, em Viseu (PA), vive Murtinha, parteira com mais de 2.500 partos em cinco décadas de atuação. Ao lado dela, Cheiro de Jirau (61 anos) e Barbatimão (56) estão entre as narradoras principais do estudo “Dom e experiência: o saber-fazer das parteiras”, realizado pelo pesquisador Neidivaldo Santana Cruz, do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia da UFPA  .

As parteiras amazônicas desempenham um papel essencial em comunidades isoladas, onde o parto domiciliar ainda é a norma. Os saberes são transmitidos por gerações e baseados na experiência prática  com técnicas desenvolvidas em casas, redes e pisos de palha criados para acolher mulheres em trabalho de parto, independentemente das condições clínicas  .

Em regiões de difícil acesso  como áreas ribeirinhas e quilombolas  o trabalho das parteiras se intensifica diante da baixa acessibilidade a hospitais, especialmente em períodos como a seca prolongada, que dificulta a locomoção fluvial  . O estudo resgata também a força cultural dessas mulheres, muitas vezes marginalizadas pelas políticas públicas de saúde, mas fundamentais para a saúde coletiva  .

O levantamento também reforça que os domínios culturais dessas parteiras  incluindo ritos, escuta corporal e presença ritual  são vistos não apenas como práticas tradicionais, mas como dispositivos de fortalecimento comunitário e cuidado humanizado, reconhecidos como “missões” passadas de mãe para filha.

Imagem: Ascom UFPA

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