O melhor momento da história da ginástica rítmica do Brasil não vai se transformar em pódio olímpico na competição por conjunto. A lesão de Victória Borges, uma das integrantes da equipe nacional, fez com que o país recebesse uma nota muito abaixo do padrão na rotina mista, de bolas e fitas, acabando com as chances de classificação à final da modalidade.
O conjunto do Brasil, formado por Victória, Maria Eduarda Arakaki, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio, chegou a Paris como um dos candidatos a subir ao pódio olímpico por equipes da ginástica rítmica pela primeira vez. A primeira apresentação na fase classificatória foi no conjunto simples de cinco arcos. As brasileiras tiveram uma boa exibição ao som de uma versão da música “I Wanna Dance with Somebody”, da cantora Whitney Houston. A nota de 35.950 deixou o Brasil na quarta colocação geral ao fim das 12 primeiras apresentações. Naquele momento, a classificação para a final estava encaminhada, já que avançavam as 8 melhores equipes.
No entanto, o cenário mudou antes da segunda apresentação no conjunto misto, de três fitas e duas bolas. Uma das integrantes do quinteto, Victória Borges, sentiu uma contratura muscular na panturrilha durante o aquecimento, poucos minutos antes de entrar em quadra. A atleta subiu no tablado mancando e, mesmo com dores, fez questão de participar da rotina junto com as demais companheiras. Na ginástica rítmica não existe a possibilidade de troca de atletas por uma reserva após o início da competição.
Durante a série, Victoria não conseguiu executar os movimentos ginásticos que fazem parte da vibrante coreografia das brasileiras. Ao término da apresentação, as meninas não seguraram a emoção. Victoria precisou ser amparada para deixar o tablado. Como esperado, a nota para o conjunto do Brasil foi baixa: 24.950.
Ao fim de todas as apresentações, a equipe brasileira obteve o somatório de 60.900 e terminou na 9ª colocação, fora da zona de classificação à final. O time da Bulgária avançou como o primeiro colocado geral, com nota total de 70.400.
O quinteto do Brasil foi uma das que mais evoluiu no ciclo olímpico da ginástica rítmica. Nas últimas etapas de Copa do Mundo as brasileiras foram presença constante nos pódios. Pela primeira vez a conquista de uma medalha olímpica no conjunto era algo possível para a ginástica do Brasil, em uma modalidade amplamente dominada pelos países da Europa. Agora, o sonho foi adiado em quatro anos para a Olimpíada de Los Angeles, em 2028.
Edição: Cláudia Soares Rodrigues
Fonte: Agência Brasil/Foto: Reuters/Mike Blake