No Dia da Culinária Paraense, celebrado nesta sexta-feira (25), o Governo do Estado reforça o papel da gastronomia local como expressão da identidade amazônica e estratégia de desenvolvimento econômico e social. Combinando tradição, inovação, qualificação profissional e sustentabilidade, a culinária paraense se firma como patrimônio vivo e ativo de transformação.
Rica em sabores e histórias, a cozinha paraense vai muito além do tacacá, do açaí com peixe frito e do pato no tucupi. Ela revela saberes ancestrais, técnicas nativas e ingredientes únicos da floresta. E é justamente essa diversidade que tem sido fortalecida por políticas públicas em diversas frentes.
Gastronomia como vitrine para o mundo
A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) tem investido na gastronomia como ferramenta de promoção cultural, especialmente diante da visibilidade que o Pará ganhará com a realização da COP 30 a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025, em Belém.
“Queremos mostrar ao mundo a potência gastronômica do Pará como ativo turístico e cultural. A COP 30 é uma vitrine para isso”, afirma Alessandra Pamplona, diretora de Produtos Turísticos da Setur.
Chefs paraenses já participam de comitivas em feiras nacionais e internacionais, levando ingredientes nativos, pratos típicos e a sofisticação criativa da culinária amazônica para públicos diversos.
Formação com sabor de futuro

A formação profissional também é prioridade. Na Usina da Paz Jurunas/Condor, em Belém, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Sectet) oferece cursos gratuitos de gastronomia que misturam tradição e inovação.
A chef e instrutora Narinha Tabosa aposta em receitas como pudim de cumaru, maionese de jambu e brigadeiro de abacaxi com cachaça de jambu para valorizar ingredientes locais e estimular o empreendedorismo gastronômico.
“Esses cursos abrem portas. Usamos o que é nosso para criar, inovar e empreender com sabor e identidade”, diz Narinha.
A aluna Rosemary Quadros confirma: “A Usina faz a diferença. A gente aprende, troca experiências e ganha força pra seguir”.
Valorização da produção local
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) também atua diretamente no fortalecimento da cadeia produtiva da gastronomia regional. Agricultores familiares recebem apoio técnico para cultivar alimentos como mandioca, cacau, hortaliças e frutas típicas em quintais produtivos e de forma sustentável.
“Esses produtores abastecem feiras, escolas e pequenos negócios, e ajudam a manter viva a nossa cultura alimentar”, explica Cristiane Corrêa, da Emater.
Sabores amazônicos nas escolas
Na rede pública estadual, a Secretaria de Educação (Seduc) tem promovido cardápios mais nutritivos e regionais. Desde o segundo semestre de 2024, alimentos como açaí, cupuaçu e farinha de tapioca passaram a fazer parte da merenda escolar.
“Melhorou muito a alimentação na escola. O açaí é meu preferido. Dou nota 10!”, afirma a estudante Camille Gavinho, da Escola Estadual Oneide de Souza Tavares. Com iniciativas que conectam a floresta, a cozinha e o futuro, o Pará celebra sua culinária não só como herança, mas como oportunidade de geração de renda, fortalecimento da economia criativa e construção de um estado mais inclusivo, saboroso e sustentável
Imagem: Agência Pará