quinta-feira, dezembro 11, 2025
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Inverno amazônico aumenta risco de arboviroses; população deve manter vigilância

A Secretaria de Saúde reforça a importância de eliminar criadouros do mosquito para evitar a proliferação de doenças como dengue e zika.

Com a chegada do período chuvoso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reforça o alerta para o aumento do risco de arboviroses, como dengue, chikungunya e zika. Essas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, cujos ovos eclodem ao primeiro contato com a água acumulada pela chuva.

Queda de Casos, Mas Risco Aumentado

Apesar do alerta, o Pará registrou uma queda de 20% nos casos de dengue de janeiro a 30 de novembro de 2025 em comparação com o mesmo período em 2024. Foram 14.198 casos confirmados em 2025 contra 17.858 em 2024. A chikungunya também teve redução de casos no mesmo período (358 casos confirmados em 2025 contra 375 em 2024).

No entanto, a coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, enfatiza que a população deve manter as medidas de prevenção, especialmente com o início do inverno amazônico.

“Com a intensificação das chuvas, chamamos a atenção para a importância de as famílias manterem vigilância sobre seus quintais, jardins, interiores e arredores da sua casa, para evitar a proliferação do mosquito que também transmite a chikungunya, a febre de zika, mayaro e febre amarela”, disse Aline Carneiro.

Variantes e Vacinação

O Pará tem registrado a circulação de diferentes sorotipos de dengue, sendo identificados 264 casos de dengue tipo 1, 1.814 casos de dengue tipo 2, e 2 casos de dengue tipo 3. Aline Carneiro alerta que a variação de vírus circulantes representa risco à população, pois contrair a doença por outro tipo de vírus pode levar ao desenvolvimento de dengue de forma mais grave.

Em relação à prevenção, a vacina contra a febre amarela está disponível nas Unidades Básicas de Saúde. Além disso, a partir de janeiro, uma nova vacina contra a dengue ficará disponível, inicialmente para profissionais de saúde da Rede Básica e, posteriormente, para a população de até 59 anos de idade.

Vigilância nos Municípios

Para assegurar o controle das arboviroses, a Sespa orienta as Secretarias Municipais de Saúde a realizarem o Levantamento Rápido Aedes aegypti (LIRAa), que mapeia a quantidade de imóveis com larvas do mosquito. O Pará preconiza a realização de seis ciclos anuais do LIRAa.

Até 30 de novembro, 133 municípios realizaram o 5º LIRAa:

  • 74 apresentaram Índice de Infestação Predial (IPP) abaixo de 1% (satisfatório).
  • 50 ficaram entre 1% e 3,9% (alerta).
  • 9 municípios apresentaram IPP acima de 3,9% (risco de adoecimento).

Os principais criadouros de mosquito identificados no estado foram: caixa d’água elevada, caixa d’água (nível de solo), depósitos móveis, depósitos fixos, pneus e lixo domiciliar. A Sespa continua trabalhando no apoio e assessoramento aos 144 municípios, baseando-se nos Planos de Contingência Municipais.

Sinais e sintomas – As manifestações clínicas da dengue, chikungunya e zika são muito parecidas, por isso é importante prestar atenção: os principais sintomas da dengue são febre alta e de início imediato sempre presente, dores moderadas nas articulações, manchas vermelhas na pele e coceira leve.

A chikungunya se manifesta com febre alta de início imediato, dores intensas nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 48 horas, coceira leve e vermelhidão nos olhos.

Já a zika apresenta febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas nas primeiras 24 horas, coceira de leve à intensa e vermelhidão nos olhos.

Pessoas com esses sinais e sintomas devem procurar imediatamente uma unidade de saúde e evitar a automedicação.

As Secretarias Municipais de Saúde precisam notificar à Coordenação Estadual de Arboviroses até 24 horas os casos graves e óbitos por dengue, chikungunya e zika.

  • Medidas preventivas – Para evitar a proliferação de mosquitos, a população deve manter os seguintes cuidados no seu domicílio:
  •         Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;
  •         Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;
  •         Não deixar água acumulada sobre a laje;
  •         Manter garrafas com boca virada para baixo;
  •         Acondicionar pneus em locais cobertos;
  •         Proteger ralos sem tampa com telas finas;
  •         Manter as fossas vedadas;
  •         Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.
  •         Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.

Serviço: para solicitar orientações e denunciar existência de possíveis criadouros de mosquito, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde do seu município.

Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará

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