O Tribunal do Júri condenou, na noite de quinta-feira (22), 14 acusados de participação na chacina que matou três pessoas e deixou nove feridas no Centro de Recuperação de Redenção, no sul do Pará, em 2019. O julgamento, que durou quatro dias, foi transferido para o fórum de Belém, por questões de segurança, e conduzido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima.
O crime ocorreu em 12 de maio de 2019, em meio a uma violenta disputa entre facções criminosas rivais dentro do presídio.
Entre os principais condenados estão Mayckson Leandro dos Santos, sentenciado a 71 anos e 6 meses de reclusão, além de 11 anos e 6 meses de detenção; Julimar de Jesus Santos, com pena de 59 anos de reclusão e 6 anos de detenção; e Marcos de Sousa Araújo, condenado a 55 anos de reclusão, mais 11 anos e 6 meses de detenção.
Ao todo, oito réus receberam penas que variam de 17 a mais de 70 anos de prisão, enquanto outros seis foram condenados a penas menores e iniciarão o cumprimento em regime semiaberto. Nenhum dos 14 teve direito à suspensão ou substituição da pena.
A Justiça determinou a manutenção da prisão preventiva de 10 condenados. Quatro deles Alessandro Silva Sousa, Lucas Malta Pereira, Quesio Soares Maranhão e Vinicius da Conceição poderão recorrer em liberdade.
O caso
A chacina foi motivada por uma disputa entre facções dentro do presídio. Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), o alvo principal era um detento conhecido como “Baiano”, transferido da Bahia para Redenção após cometer um homicídio. Ele possuía suposto vínculo com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e já estava isolado por conta de ameaças, mas acabou sendo um dos três mortos.
Outro dos assassinados era suspeito de ter matado o irmão de uma liderança rival. Além das mortes e dos nove feridos, cinco pessoas chegaram a ser feitas reféns, mas foram libertadas após negociação envolvendo a OAB, a Promotoria de Justiça, o juiz de Redenção e a direção da unidade prisional.
Imagem: Reprodução