sábado, outubro 26, 2024
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Multidão se aglomera para evitar cobrança defendida por Lula

Uma multidão de trabalhadores vem se aglomerando nos últimos dias na frente da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa) para pedir isenção da taxa de contribuição sindical. A cobrança voltou a valer após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2023.

O valor em questão, que era chamado de imposto sindical, tinha cobrança obrigatória até 2017, quando foi aprovada a reforma trabalhista no Congresso Nacional. Com a nova regra, os trabalhadores passaram a ser cobrados somente quando autorizavam o desconto na folha de pagamento em prol da representação sindical, o que, na prática, raramente acontecia.

No entanto, em setembro do ano passado, a Suprema Corte julgou constitucional que fossem instituídas, por acordo ou convenção coletivos, contribuições assistenciais para todos os empregados de uma categoria, ainda que não fossem sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição. Com isso, a regra passou a ser de que o valor fosse descontado.

É justamente esse direito de oposição ao desconto que os trabalhadores tentam exercer perante o Sitraemfa. No caso do sindicato da categoria, os profissionais foram orientados a apresentar a oposição ao desconto entre 21 e 25 de outubro, ou seja, o fim do prazo é nesta sexta-feira. De acordo com a convenção da categoria, o desconto sindical é de 3% do salário bruto.

Os pedidos até poderiam ser feitos virtualmente, mas uma instabilidade no site do sindicato levou ao aumento no número de pessoas procurando o local fisicamente, formando filas quilométricas e um certo tumulto após uma suposta tentativa de invasão no prédio da representação sindical nesta quinta-feira (24).

LULA É FAVORÁVEL

A cobrança de uma contribuição devida pelos trabalhadores aos sindicatos já foi defendida tanto pelo presidente Lula (PT) antes de ser eleito para o terceiro governo, quanto pelo seu ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já após o início do terceiro governo lulista.

Em 2022, Lula disse ser contrário à volta do imposto sindical, ou seja, da cobrança compulsória do valor, mas defendeu que fosse aprovada uma lei para que trabalhadores e sindicatos decidissem conjuntamente qual contribuição deveria ser paga.

“Eu não quero mais imposto sindical. Mas o que a gente quer é que seja determinado, por lei, que os trabalhadores e a assembleia livre e soberana decidam qual é a contribuição dos filiados de um sindicato. E as centrais sindicais e as assembleias livres e soberanas decidam qual é a contribuição do sindicato para a entidade”, disse.

Já em outubro do ano passado, pouco depois da decisão do STF, o ministro Luiz Marinho criticou o fato de trabalhadores não associados a sindicatos serem beneficiados por acordos firmados pela representação de suas categorias.

“No Brasil, um acordo fechado vale para trabalhadores associados e não associados. Não é justo que os não associados, como chupim, participem do resultado e não tenham nenhuma contribuição”, completou.

Imagem e fonte: Pleno.News

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