O Pará finalizou nesta sexta-feira (25) o ciclo de conferências municipais de Promoção da Igualdade Racial com o evento realizado no município de Soure, no Arquipélago do Marajó. A mobilização faz parte da preparação para a etapa estadual, que acontecerá em agosto deste ano, com o objetivo de construir propostas concretas para o enfrentamento do racismo e a valorização da diversidade no estado.
A ação foi promovida com o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), em parceria com o Conselho Estadual de Política de Promoção da Igualdade Racial (Coneppir). Ao todo, 27 conferências foram organizadas pelos municípios para ouvir lideranças negras, quilombolas, indígenas, representantes de religiões de matriz africana e outros movimentos sociais.
Participação popular na construção de políticas públicas
As conferências municipais serviram como espaços de escuta e elaboração de propostas que serão levadas à Conferência Estadual. A meta é fortalecer a política de igualdade racial no estado, com participação direta das comunidades mais afetadas pelo racismo estrutural e pelas desigualdades históricas.
Durante os encontros, foram debatidos temas como saúde da população negra, combate à violência racial, acesso à educação e valorização das culturas afro-brasileiras e indígenas. A expectativa é que a Conferência Estadual, marcada para agosto, defina diretrizes que poderão ser levadas também à etapa nacional.
Compromisso com justiça social e ambiental

A mobilização em torno das conferências acontece em um momento em que o Pará também se prepara para outro evento de grande importância: a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano.
Em São Paulo, no mesmo dia do encerramento da etapa municipal de Soure, o governador Helder Barbalho destacou, durante o fórum Expert XP 2025, que a realização da COP30 na Amazônia é uma chance histórica de o Brasil liderar a agenda ambiental global. Ele defendeu que a floresta e seus povos sejam protagonistas da transição para uma economia verde.
“Queremos muito discutir e ver a floresta como um tema central, para que floresta viva possa valer mais do que floresta morta”, disse Helder, reforçando a importância da biodiversidade, da bioeconomia e da inclusão social no centro das decisões.
A união das pautas ambiental e racial evidencia o papel do Pará como articulador de políticas que combinem justiça climática e justiça social, reconhecendo a importância dos povos tradicionais e da população negra na construção de um futuro mais sustentável e igualitá
Imagem: Agência Pará