Com mais de 26 milhões de cabeças de gado – o segundo maior rebanho bovino do País -, o Estado do Pará destaca-se na produção de leite e derivados. Hoje, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) o Pará possui 74 laticínios registrados no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), sendo 35 com Selo Industrial e 39 com Selo Artesanal. Juntos, os estabelecimentos beneficiam mais de 33 milhões de litros de leite por ano.
Dos 35 estabelecimentos registrados no SIE, 10 possuem a certificação no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), que permite que a empresa possa comercializar seus produtos em todo o território brasileiro ampliando a oferta de produtos regionais no mercado nacional.
O Sisbi-POA faz parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e tem como objetivo padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e a segurança alimentar. O sistema possibilita a equivalência dos serviços de inspeção estaduais, municipais e seus consórcios ao federal, promovendo a saúde pública, o combate à clandestinidade, a segurança e qualidade dos alimentos de origem animal, bem como contribui para o fortalecimento e desenvolvimento do setor agropecuário.
Quando os estabelecimentos aderem ao Sisbi, eles são supervisionados e auditados, com padrões e critérios. Apenas aqueles que atingem a excelência no processo de elaboração de matérias primas e produtos, e que comprovam a equivalência com o sistema de inspeção federal, conseguem a adesão ao Sistema.
Desde 2020, o Governo do Pará, por meio da Adepará, conseguiu a equivalência do Serviço de Inspeção Estadual do Pará ao Sisbi-POA. A adesão iniciou com o pescado e, em 2021, foi ampliado para as indústrias de carne e leite.
“É um avanço para o nosso estado e contribui para alavancar o agronegócio paraense, porque a autorização eleva o nível do mercado consumidor, fomenta a cadeia produtiva para a geração de mais emprego e renda, e fortalece o comércio local de produtos com o crescimento de pequenas agroindústrias”, ressalta Jamir Macedo, diretor-geral da Adepará.
Produção – As Unidades de Beneficiamento de leite e derivados com Selo Artesanal produzem mais de 3 milhões de litros de leite por ano (3.107.562,75) e as que possuem o Selo Industrial são responsáveis por beneficiar mais de 30 milhões de litros de leite por ano (30.598.010,94) no território paraense.
A fiscal agropecuária Adriele Cardoso, gerente do Serviço de Inspeção Estadual, explica que os estabelecimentos artesanais utilizam mão de obra familiar e produzem em menor escala. Segundo ela, os produtores que tiverem interesse em adquirir o selo de inspeção artesanal devem procurar a Agência de Defesa.
“Nós temos um setor responsável, que é a Gerência de Produto Artesanal de Origem Animal, que orienta sobre as documentações necessárias para que o estabelecimento possa cumprir as exigências legais e higiênico sanitárias de produção para a obtenção do selo”.
Dia Nacional do Produtor de Leite – 12 de julho, data em que é comemorado o Dia do Produtor de Leite, mostra a importância deste segmento. O País possui o segundo maior rebanho leiteiro do mundo, aproximadamente 70 milhões de animais destinados à produção de leite, ficando atrás apenas da Índia. É o terceiro maior produtor mundial de leite, com 33,6 bilhões de litros.
No Pará, leite e derivados são alimentos muito consumidos e recebem atenção da fiscalização da Agência Agropecuária. Fernando dos Santos Lima é proprietário de um laticínio em Tucumã, na Região de Integração do Araguaia, que há 20 anos produz iogurte integral e bebida láctea. A pequena agroindústria possui selo de inspeção da Adepará, produz em média mil litros por dia e adquire leite de criadores de gado da região. Segundo o proprietário, o estabelecimento segue as normas de higiene para colocar no mercado um produto seguro e de qualidade para o consumidor.
“O selo de inspeção estadual, de um órgão de fiscalização como a Adepará, existe para garantir a melhor qualidade possível, para poder entregar os produtos confiáveis ao consumidor, esse é o primeiro ponto. Outro ponto, é que a inspeção combate o produto clandestino. Então, a gente se sente confiante de que não vai haver outros laticínios trabalhando de forma irregular e, com isso, promovendo a concorrência desleal no comércio, oferecendo produtos de péssima qualidade e com preços não competitivos”, destacou.
SIE – O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal é vital para o agronegócio. Possui um amplo leque de atuação na cadeia produtiva da pecuária, garantindo a oferta de produtos de origem animal com qualidade, inócuos a saúde, inspecionados e seguros ao consumidor final. Além disso, assegura um aproveitamento racional e completo dos produtos e derivados, minimizando a agressão ao meio ambiente.
Fonte: Agência Pará/Foto: Divulgação
