Banca especializada avalia textos de estudantes e disléxicos com critérios que garantam equidade aos participantes com laudo comprovado
André Nicolau, da CNN Brasil
Candidatos com dislexia ou TEA (Transtorno do Espectro Autista) que farão o Enem 2025 terão suas redações corrigidas por uma banca avaliadora especializada, formada por profissionais capacitados para analisar o conteúdo com critérios específicos.
A medida faz parte das políticas de acessibilidade do exame e busca assegurar uma avaliação justa e inclusiva, respeitando as particularidades de linguagem desses participantes.
Inclusão no Enem
“A avaliação diferenciada existe para garantir justiça, não privilégio. O foco do corretor especializado é entender se o estudante leu bem o tema, sustentou a tese e apresentou solução possível. Quando o processo respeita essas camadas, a nota reflete o que realmente importa: a qualidade do pensamento e da argumentação”, explica o professor e especialista em conteúdo educacional, Julio Ibrahim.
As redações serão encaminhadas a avaliadores que recebem treinamento específico para distinguir erros decorrentes das condições cognitivas de falhas de compreensão ou de estrutura textual. O foco recai sobre o desenvolvimento do tema, a coerência dos argumentos e a proposta de intervenção, que seguem os mesmos parâmetros aplicados aos demais candidatos.
Ibrahim, que também é diretor adjunto de Sistemas de Ensino e Didáticos da FTD Educação, lembra que o atendimento é garantido apenas para participantes que solicitaram o recurso de acessibilidade no ato da inscrição e apresentaram laudo médico comprobatório, atestando a necessidade de correção diferenciada. “Após a validação pelo Inep, a redação é redirecionada à banca especializada, que atua sob sigilo e com padronização técnica”, diz.
Mesmo com regras adaptadas, permanecem válidos os critérios centrais da redação: o texto deve ser dissertativo-argumentativo, abordar o tema proposto de forma pertinente e apresentar proposta de intervenção detalhada, com agente, ação, modo de execução, finalidade e respeito aos direitos humanos.
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