Junior foi baleado no pé por Ferrarini na última sexta-feira, 29 de agosto, enquanto fazia a entrega de um lanche. A fala da vítima expressou um claro alívio com a prisão do agressor.
O entregador Valério Junior conversou com o programa Bom Dia Rio após a prisão do policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, que o baleou no pé na última sexta-feira (29) por causa de um lanche. O projétil continua alojado no pé de Valério, que ainda espera por reavaliação médica.
“Agora eu me sinto mais tranquilo de poder resolver essas questões, de poder andar na rua, e deixar a Justiça fazer jus”, declarou Valério. Ele lamenta não poder trabalhar, e relembrou a violência do momento do ataque: “Eu recebia R$ 7 para tomar um tiro no pé”.
Disparo “acidental”?
José Rodrigo da Silva Ferrarini alegou à polícia que o disparo foi acidental. Segundo o delegado Marcos Buss, da 32ª DP, Ferrarini procurou a polícia para comunicar o ocorrido e admitiu ter discutido com o entregador, mas disse que a arma disparou sem querer. Por conta disso, ele foi liberado inicialmente.
No entanto, com a repercussão do caso e a análise das imagens, o delegado percebeu que a versão de Ferrarini não condizia com os fatos. Ele pediu a prisão do policial, que foi cumprida no domingo.
“Tão logo tivemos contato com as imagens do fato, constatamos que, pela própria dinâmica, esse disparo foi voluntário”, afirmou o delegado Buss. Ele ressaltou que “uma pessoa que aponta uma arma de fogo para outra, seja em qualquer parte do corpo, e puxa o gatilho no mínimo assume o risco de causar a morte”.
O que aconteceu
A confusão começou quando Valério, seguindo as regras da empresa, pediu para Ferrarini descer e buscar o lanche no portão do condomínio, em uma área conhecida como Merck. O policial se recusou a descer e, ao encontrar o entregador, atirou em seu pé.
O vídeo feito por Valério mostra o momento em que Ferrarini atira e, em seguida, xinga o entregador, pega o lanche e vai embora, deixando Valério ferido no chão. O entregador foi socorrido e liberado com a bala alojada.
O caso gerou protestos de outros entregadores, que se uniram para manifestar indignação com a violência. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) afastou Ferrarini por 90 dias e abriu um processo administrativo contra ele.
Foto: Reprodução Internet
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