quinta-feira, setembro 19, 2024
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Piloto, William Waack analisa queda de avião em Vinhedo

O jornalista William Waack, que é piloto licenciado, usou sua coluna no Estadão para falar sobre o acidente aéreo que aconteceu nesta sexta-feira (10), em Vinhedo, São Paulo. Já no título do texto ela firma que é piloto amador e que está em busca de explicações para a queda do avião.

– O acidente que ocorreu em Vinhedo, onde morreram 61 pessoas, atinge a todos nós. Mexe de maneira especial com todo mundo da aviação. O primeiro pensamento é para as famílias e as vítimas. Pessoalmente, fico muito atingido com esse tipo de ocorrência. As pessoas me conhecem como jornalista profissional, mas tenho uma paixão enorme por aviação. Sou um piloto privado, não sou um piloto profissional. Sou um jornalista profissional, mas um piloto amador – escreveu.

Waack continuou, dizendo que possui um avião turboélice monomotor e voa todo final de semana. Ele ressaltou que o modelo de sua aeronave obriga quem opera ter “preocupação muito grande” com as condições metereológicas, como formação de gelo, por exemplo.

– O que está sendo debatido pelos colegas pilotos e o que posso compartilhar é o que outros pilotos, amadores como eu, em uma hora dessas pensam em termos de treinamento e de condição. É tentar entender o porquê da queda desse ATR. Nos vídeos está claro que ele está em uma situação que, na gíria, a gente chama de “parafuso chato”. É uma condição aerodinâmica na qual as superfícies de voo, através das quais o piloto, manipulando o manche e os pedais não consegue fazer o que quer com o avião. Essa superfície de voo perde a capacidade de dirigir a aeronave e a aeronave se transforma em um objeto em queda livre – explicou.

Para o jornalista, a superfície da aeronave que caiu ficou inoperante e, uma das hipóteses levantadas por ele para isso, é que a área deixou de ser aerodinâmica. Uma das explicações para essa falha seria, justamente, a formação de gelo.

– Então, traduzindo em uma linguagem mais acessível e não técnica, a asa deixa de ser asa quando o ar que passa por ela não percorre aquilo que os princípios de física dizem que deve percorrer e cria, portanto, sustentação. O que altera a aerodinâmica de uma asa é quando ela perde esse perfil. E ela perde o perfil se houver uma formação de gelo muito forte que altere a corrente de ar. Isso ocorre, em geral, no tipo de condição meteorológica que ainda está em cima da área de São Paulo, que é muita umidade transportada pelo ar e baixíssima temperatura.

Por fim, Waack reforçou que não é profissional e que está apresentando sua experiência pessoal. Mas, ele destacou que, para sua própria segurança, foi treinado para voar em condições de gelo severo. Ele ainda disse que a principal orientação para esse tipo de situação é sair dela o mais rápido que der.

Fonte: Pleno News/Foto: Reprodução / Frame de vídeo / CNN

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