A Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Pará (CMA-Alepa) realizou, ontem, terça-feira, 03, a segunda reunião destinada a debater as ações para conter as queimadas e incêndios que ocorrem em todo o Pará. Foram convidados representantes de órgãos que atuam nas ações de preservação ambiental e no combate ao desmatamento e às queimadas, como a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMAS), o Ibama, o Ideflor, o Comando Militar do Norte (Exército) e a Companhia de Meio Ambiente da Polícia Militar.
A deputada Maria do Carmo (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente, comandou os trabalhos acompanhada dos deputados Iran Lima (MDB), Ana Cunha (PSDB), Fábio Freitas (Republicanos) , Andréia Xarão (MDB) e Rogério Barra (PL). Segundo ela, o encontro teve como objetivo compreender o planejamento desses órgãos e as medidas para conter os impactos ambientais.
“Nosso objetivo principal é que as instituições que têm um papel fundamental em minimizar os efeitos negativos ao meio ambiente apresentem seus trabalhos. É necessário que a população conheça essas informações”, avaliou a deputada Maria do Carmo.
Ela propõe a criação de um Grupo de Trabalho para acompanhar a situação das queimadas no Pará. Segundo o monitoramento feito no território estadual, 594 focos de incêndio foram registrados nas últimas 24 horas.
O superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza, explicou que o órgão possui sete brigadas de incêndio no estado, com 136 brigadistas. “Chegamos a ter 11 brigadas, mas, com o corte de recursos, esse número foi reduzido. Temos a expectativa de aumentar no próximo ano”, afirmou.
O Ibama atua em áreas federais, onde, segundo ele, nos últimos 20 dias, 33 incêndios foram extintos, e mais de 10 quilômetros de linhas de defesa foram implementadas para conter a propagação do fogo. “Só neste ano, combatemos quase 55 mil focos de incêndio no Pará, que representam mais da metade do que foi registrado em todo o Brasil”, contabilizou o superintendente.
O comandante Jaime Benjor, da Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, explicou as operações Fênix e Curupira, estratégias de combate aos incêndios. “Mais de 50% do território paraense está composto por áreas federais, como terras indígenas e unidades de conservação. Por isso, o trabalho alinhado com os órgãos federais é tão importante”, avaliou.
Tobias Brancher, diretor de fiscalização ambiental da SEMAS, ressaltou que, antes de combater as queimadas, é preciso realizar ações para reduzir o desmatamento. “Quanto mais áreas desmatadas, onde a floresta cai, maior o número de incêndios”, afirmou. “Tentamos fazer o combate ativo para evitar o desmatamento. Para isso, temos três bases fixas e equipes volantes”, enumerou Tobias.
Nilson Pinto, do Ideflor Pará, destacou a importância de trabalhar com educação ambiental em larga escala. “Outro ponto é saber o momento correto para fazer a prevenção e evitar problemas sérios no futuro. Temos que preparar e treinar os brigadistas agora para reduzir os focos de incêndio na próxima temporada de fogo. Se 2024 já foi excepcional, nada impede que, no próximo ano, essas queimadas se repitam”, concluiu.
O chefe do Estado-Maior do Exército, general Santana Netto, colocou os recursos da instituição à disposição. “Temos mais de 25 mil homens na Amazônia. Nossa capilaridade e capacidade estratégica são um diferencial, mas precisamos ouvir quais são as necessidades do Pará para podermos ajudar”, finalizou.
Imagem: Balthazar Costa (AID/ALEPA)