O Oriente Médio vive uma das suas maiores crises nas últimas décadas. Uma ofensiva militar de larga escala, iniciada por Israel na madrugada de sexta-feira (13), provocou uma reação em cadeia que já chega ao quarto dia, com ataques e contra-ataques que elevam o risco de um conflito de proporções globais.
A operação israelense, batizada de “Leão em Ascensão”, envolveu cerca de 200 caças, que bombardearam instalações nucleares, bases militares e prédios do governo iraniano. Israel afirma que o Irã estava próximo de obter uma arma nuclear, o que representa, segundo o governo israelense, uma ameaça direta à sua sobrevivência.
O ataque matou altos generais e seis cientistas nucleares iranianos, além de causar destruição em diversas áreas estratégicas. O Irã reagiu com mísseis balísticos e drones, atacando cidades israelenses como Tel Aviv e Haifa, deixando mortos e feridos.
O que está acontecendo?
Israel lançou o ataque alegando que precisava impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Explosões foram registradas em Teerã, na usina nuclear de Natanz e em instalações militares.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a usina de Natanz foi atingida, mas informou que não houve vazamento de radiação, apesar dos riscos à segurança global.
Em resposta, o Irã disparou mais de 100 drones e mísseis balísticos contra Israel, além de ordenar evacuação em Tel Aviv. Alguns mísseis atingiram Tel Aviv, Haifa e Petah Tikvah, deixando pelo menos 24 mortos e quase 600 feridos em Israel. Um dos mísseis chegou a atingir o consulado dos Estados Unidos em Tel Aviv, causando danos à fachada, mas sem feridos entre os funcionários americanos.
Por sua vez, o Ministério da Saúde do Irã reporta que mais de 200 pessoas morreram no país desde o início da ofensiva, incluindo mulheres e crianças.
Mortes de alto escalão
Entre os mortos nos ataques israelenses estão nomes importantes da elite militar e científica do Irã:
Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica
Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
Gholamali Rashid, comandante do quartel-general Khatam-al Anbiya
Ali Shamkhani, conselheiro direto do líder supremo do Irã, morreu após ficar gravemente ferido
Seis cientistas nucleares também foram mortos:
Fereydoon Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica
Mohammad Mahdi Tehranchi
Abdulhamid Minouchehr
Ahmad Reza Zolfaghari
Amirhossein Feqhi
Um sexto nome ainda não foi divulgado oficialmente
Alvos principais do ataque
Os bombardeios israelenses miraram em:
Usina nuclear de Natanz
Sede da Guarda Revolucionária em Teerã
Instalações militares no noroeste do Irã
Prédios governamentais e, segundo o Irã, até áreas residenciais
Israel também informou que destruiu um terço dos lançadores de mísseis iranianos e declarou ter conquistado “superioridade aérea total” sobre Teerã.
A reação do Irã
O Irã respondeu com força, lançando mísseis balísticos e drones contra cidades israelenses. Apesar de parte dos drones ter sido interceptada, os mísseis provocaram destruição:
Em Petah Tikvah, quatro pessoas morreram após um prédio residencial ser atingido.
Tel Aviv e Haifa foram bombardeadas, deixando ao menos oito mortos e quase 100 feridos.
O líder supremo Ali Khamenei prometeu uma “resposta total” e declarou que os próximos ataques serão “mais severos, precisos e destrutivos”.
Posição dos Estados Unidos
O governo americano negou participação direta no ataque, embora diplomatas dos EUA tenham sido retirados da região dias antes. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que os EUA “não apoiaram nem participaram da ofensiva”, mas pediu que o Irã retome negociações.
O presidente dos EUA, durante a cúpula do G7 no Canadá, revelou que o Irã enviou mensagens, por meio de intermediários, sinalizando que quer evitar uma escalada maior. Mesmo assim, o presidente afirmou que o momento é crítico:
“Eles deveriam ter conversado antes. Agora precisam fazer um acordo antes que seja tarde demais.”
Reação internacional
ONU, OTAN, França e Reino Unido pedem moderação e o fim imediato dos ataques.
China e Turquia condenaram a ação militar de Israel.
O Omã, que mediava negociações entre EUA e Irã, cancelou as conversas previstas.
Companhias aéreas suspenderam voos para Irã, Iraque e Israel.
Impacto nos mercados
Os reflexos econômicos são imediatos:
O petróleo subiu até 13%, estabilizando em alta de 7%.
As bolsas da Europa e dos EUA abriram em queda.
No Brasil, o ETF EWZ, que representa ações brasileiras em NY, caiu 0,89%.
As ações da Petrobras subiram, impulsionadas pela alta do petróleo.
Cenário de alerta global
O mundo observa com preocupação. O temor é que essa escalada entre Israel e Irã arraste outros países para um conflito regional de grandes proporções, afetando diretamente a estabilidade econômica, diplomática e militar no mundo inteiro.
Enquanto isso, ambos os lados continuam trocando ameaças e ataques, sem sinais claros de uma trégua no horizonte.
Por: Thays Garcia/ Portal A Província do Pará
Com informações Agências Internacionais
Imagem: Portal NPR