Aos 15 anos, Samuel Mendes vive um momento que simboliza o fim de uma longa batalha e o início de uma nova vida. Natural de Breves, no arquipélago do Marajó, o adolescente tocou o “Sino da Vitória” no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, após oito anos de tratamento contra a Leucemia Linfóide Aguda (LLA).
Diagnosticado aos 7 anos, Samuel apresentou sintomas como febre persistente, palidez e manchas pelo corpo. O diagnóstico mudou completamente a rotina da família, que se mudou para a capital paraense para garantir o tratamento. Sua mãe, Rayane Mendes, grávida da segunda filha na época, lembra com emoção dos desafios enfrentados, do apoio do esposo, Benedito Brandão, e da obediência exemplar do filho. “Nada de igarapé, piscina, sol ou sereno. E Samuel sempre foi muito obediente”, contou.
O “Sino da Vitória” é um projeto do hospital que celebra a cura e inspira outros pacientes oncológicos. Desde a criação da iniciativa, 357 crianças já tocaram o sino. Samuel também deixou sua marca na “Árvore da Vida”, carimbando a mão colorida no mural simbólico da unidade.
Agora curado, o jovem quer seguir estudando e tem planos de se tornar jogador profissional de vôlei. “Hoje eu me sinto livre”, declarou ele, que já treina na Tuna Luso Brasileira.
A médica Alayde Vieira, oncopediatra e diretora técnica do Hoiol, foi quem acolheu Samuel e sua família no início do tratamento. Ela destaca que o câncer infantojuvenil, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura. “A palavra ‘câncer’ assusta, mas com acolhimento, informação e tratamento adequado, há esperança”, afirmou.
Referência em toda a Amazônia no tratamento do câncer infantojuvenil, o Hoiol atende mais de 900 pacientes dos 144 municípios paraenses e de estados vizinhos.
Imagem: Agência Pará
