Jonatan Valenzuela Saldías, advogado do presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta terça-feira (26) que a denúncia de assédio sexual apresentada contra o mandatário é falsa e as provas já estão nas mãos do Ministério Público.
Em reunião com a imprensa, Valenzuela, que havia relatado a denúncia em comunicado nesta segunda (25), disse que Boric foi submetido, entre junho de 2013 e julho de 2014, a assédio por parte de uma pessoa que lhe enviou 25 e-mails, alguns com imagens explícitas. Essa mesma pessoa apresentou a denúncia de assédio sexual contra o político em setembro deste ano.
Segundo a emissora de TV CNN, que teve acesso aos e-mails, a remetente – e agora denunciante – enviou ao presidente, quando ambos eram estudantes, fotos de conteúdo sexual e e-mails nos quais ela lhe garantia que estava apaixonada por ele e que ela queria ter um relacionamento.
A este respeito, o advogado garantiu que embora Boric tenha respondido em princípio a alguns desses e-mails com estranheza e surpresa, em nenhum caso solicitou, consentiu ou divulgou as referidas imagens.
– De junho de 2013 a 2014, meu cliente foi vítima de envio de e-mails que constituem assédio sistemático contra ele. Isso teve agora como novo episódio a apresentação de denúncia ao Ministério Público de Magallanes do dia 6 de setembro do ano de 2024 – disse o advogado.
O advogado destacou ainda que, “desde o primeiro momento, o presidente, Gabriel Boric, esteve à inteira disposição para o mais absoluto esclarecimento desses fatos” e que o entregou ao MP de Magallanes no dia 22 de outubro uma “cópia de todos os e-mails existentes, que são claramente esclarecedores”.
– O presidente rejeita e nega categoricamente o conteúdo desta denúncia e quero ser muito enfático e claro que este é um caso que deve ser focado globalmente. O presidente é vítima de uma situação de assédio sistemático através do envio de e-mails que tem como fato este ano a apresentação desta denúncia – frisou.
A polêmica em torno do caso ocorre em meio a um clima político agitado no Chile devido a uma denúncia de estupro e abuso sexual apresentada em outubro contra o ex-subsecretário do Interior Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva por supostamente agredir uma funcionária.
A oposição criticou que o mandatário não agiu no mesmo dia em que a denúncia foi conhecida, que Monsalve só foi forçado a renunciar 48 horas depois e que o próprio presidente afirmou que tudo deveria ser investigado minuciosamente para evitar denúncias falsas.
*EFE
Fonte: Pleno News/ Foto: EFE/Ailen Díaz
