O Primeiro-Ministro polonês Donald Tusk alertou que a Europa está em uma “era pré-guerra” e que se a Ucrânia for derrotada pela Rússia, ninguém deveria se sentir seguro. Sua declaração preocupante veio à tona quando caças da OTAN tiveram que ser acionados depois que a Rússia lançou um ataque aéreo massivo próximo à fronteira da Ucrânia com a Polônia, mirando três usinas de energia.
“Não quero assustar ninguém, mas a guerra não é mais um conceito do passado,” disse ele. “É real e começou há mais de dois anos.” Tusk disse que Vladimir Putin já culpou a Ucrânia pelo ataque jihadista no Crocus City Hall de Moscou sem qualquer evidência e “evidentemente sente a necessidade de justificar ataques cada vez mais violentos a alvos civis na Ucrânia”.
A gravidade de sua declaração destaca a urgência da situação, com Tusk afirmando que a Europa enfrenta uma ameaça sem precedentes desde o final da Segunda Guerra Mundial.
De particular preocupação para Tusk está a realidade perturbadora de que “literalmente qualquer cenário é possível”. Este sentimento reflete as ansiedades profundas na Europa devido às ações beligerantes da Rússia, apesar das repetidas negações de Putin de qualquer intenção de atacar a OTAN.
Eventos recentes apenas aumentaram as preocupações e Tusk disse que o acionamento dos caças da OTAN próximo à Polônia foi um “incidente preocupante”. Embora ele veja uma guerra com a Rússia como uma possibilidade perturbadora, ele disse que a Europa continua mal preparada para enfrentar a ameaça iminente.
“Devemos estar prontos. A Europa ainda tem um longo caminho a percorrer,” disse ele, instando os Estados membros a atenderem à meta da OTAN de alocar 2% do PIB para defesa. E ele também apontou a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia para deter a agressão russa.
“Hoje temos que gastar o máximo que pudermos para comprar equipamentos e munições para a Ucrânia, porque estamos vivendo o momento mais crítico desde o final da Segunda Guerra Mundial,” ele enfatizou. O resultado do conflito na Ucrânia, advertiu Tusk, terá implicações de longo alcance para a segurança e estabilidade de todo o continente.
Três usinas termelétricas da maior empresa de energia privada da Ucrânia, a DTEK, foram atingidas no ataque da Rússia perto da fronteira com a Polônia, com um porta-voz da empresa afirmando que o equipamento foi “severamente danificado”. “Após o fim do ataque, os engenheiros de energia começaram prontamente a reparar os danos,” disse a empresa no aplicativo de mensagens Telegram. O operador da rede elétrica ucraniana, Ukrenergo, também disse que tanto as usinas termelétricas quanto as hidrelétricas foram gravemente danificadas em ataques de mísseis e drones.
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