domingo, outubro 5, 2025
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Ameaças e abusos: o que aconteceu antes da morte da enfermeira Jamille Araújo em Ananindeua

Familiar da vítima relata histórico de violência, ameaças e controle psicológico. Polícia investiga o caso como possível feminicídio

A morte da enfermeira Jamille Araújo, encontrada sem vida em seu apartamento em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, provocou comoção e revolta. Familiares denunciam que a jovem foi vítima de feminicídio, após um longo histórico de agressões, ameaças e controle psicológico exercido pelo companheiro.

Em entrevista à RBATV, uma familiar próxima revelou detalhes alarmantes sobre o relacionamento abusivo vivido por Jamille. Segundo o relato, a enfermeira era constantemente impedida de sair de casa e sofreu diversas agressões físicas. “Ele proibia ela de sair, de tirar as coisas do apartamento. Ela já vinha sofrendo ameaças físicas e psicológicas há algum tempo”, contou.

A familiar também relatou que Jamille tentou romper o relacionamento em várias ocasiões, mas era impedida com violência. “Nas vezes que ela tentou sair, ele enforcou ela. Ela chegou a desmaiar duas vezes, foi espancada dentro do apartamento e levada para a UPA”, revelou. Além disso, a vítima teria recebido ameaças contra sua família. “Ele dizia que ia matar a mãe dela, o pai, e a própria Jamille. Ela desabafava com amigos, porque não conseguia falar com a gente”.

Cena do crime levanta suspeitas

O corpo da enfermeira foi encontrado de bruços, com uma extensão elétrica enrolada no pescoço e hematomas nas pernas. A perícia inicial, segundo os familiares, indicou que o local havia sido manipulado. “A perita disse que era uma cena duvidosa, que parecia ter sido forjada. Ela pediu reforço, usou equipamentos para uma análise mais profunda e estimou que Jamille já estava morta havia de 8 a 12 horas”, detalhou a testemunha.

Para a família, a principal preocupação é que o caso seja tratado com a seriedade que merece. “Queremos justiça. Que esse crime não seja mais um entre tantos que acabam esquecidos. Ele dizia que não tinha medo de ninguém. Se continuar solto, o que mais ele pode fazer com outras mulheres?”, questiona a familiar.

Investigação em andamento

A Polícia Militar informou que foi acionada por vizinhos, após relatos de que algo estava errado no apartamento localizado na Rodovia Mário Covas. A área foi isolada e o caso está sendo conduzido pela Delegacia de Feminicídio (DEFEM) da Polícia Civil, que já iniciou o processo de coleta de provas e oitiva de testemunhas.

Como denunciar violência doméstica no Pará

Casos de violência doméstica podem ser denunciados em qualquer localidade do estado por meio da DEAM Virtual, disponível no site da Polícia Civil do Pará: www.pc.pa.gov.br. A plataforma permite registrar boletins de ocorrência, solicitar medidas protetivas e acessar apoio psicológico e jurídico sem sair de casa.

Imagem: Reprodução

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