O grande apagão que atingiu Portugal e Espanha nesta segunda-feira (28) trouxe de volta um hábito quase esquecido: ouvir rádio a pilhas. Sem acesso à eletricidade, milhares de pessoas correram às ruas em busca de alternativas para se manterem informadas , sem comprometer a bateria dos telemóveis. Resultado: rádios a pilhas se tornaram item de primeira necessidade e desapareceram rapidamente das lojas.
Em Benfica, Lisboa, as ruas estavam lotadas por volta das 15h, apenas quatro horas após o início da falha elétrica que paralisou a Península Ibérica. Mini-mercados e lojas populares, conhecidas como “lojas dos chineses”, foram invadidas por clientes em busca de pilhas e aparelhos de rádio. “Já vou na terceira loja e não consigo encontrar um rádio a pilhas em lado nenhum”, lamentava uma moradora. Em muitas lojas, os estoques foram esgotados em poucas horas, e as filas só aumentavam com a esperança de uma nova reposição.
O cenário lembrou os dias de pandemia, com consumidores carregando sacos de mantimentos, água e papel higiênico. Mas, dessa vez, o item mais procurado era tecnológico e retrô: o rádio a pilhas. “Como vou saber as notícias?”, questionava-se uma senhora, evidenciando o vazio de informações confiáveis num momento de crise.
Com a falta de luz afetando casas, transportes, semáforos e até aeroportos, a população precisou se adaptar rapidamente. O restabelecimento da energia foi feito de forma gradual durante a tarde, mas a lição ficou: em tempos de apagão, o velho rádio a pilhas voltou a ser protagonista.
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