Preso e aguardando julgamento no Complexo de Gericinó (Bangu 8), no Rio de Janeiro, o ex-vereador e ex-médico Jairo Souza Santos – mais conhecido como Jairinho – trocou sua equipe de defesa pela segunda vez. O réu do caso Henry Borel contratou advogados com vasta experiência na área criminal, incluindo Zanone Júnior, que defendeu Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado à faca contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do colunista Ullisses Campbell, do jornal O Globo.
A alteração dos defensores de Jairinho ocorreu há cerca de uma semana, após conflitos envolvendo a família do réu e os advogados antigos. Até então, a equipe era composta por Cláudio Dalledone e Janira Rocha. Com a mudança, assumem Fabiano Lopes e Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que também advogou em favor do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 27 anos de prisão pelo homicídio de Eliza Samudio.
JUSTIFICATIVAS PARA A TROCA
O motivo da substituição dos antigos advogados, segundo o coronel Jairo Souza Santos, pai de Jairinho, seria porque Dalledone foi condenado a 11 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
– Foi um conjunto de circunstâncias que me levaram a trocar de advogados. Mas o principal motivo foram as polêmicas envolvendo o nome do Dalledone. Diante disso, a família optou por trocar a defesa toda – explicou o coronel.
O advogado, por outro lado, nega a versão. O profissional afirma que o verdadeiro motivo seria porque a família não tem dinheiro para custear a defesa milionária. Dalledone também indicou que os familiares de Jairinho teriam pressionado sua equipe para intimidar os promotores e juízes do caso. No tocante à condenação, ele alega ser inocente e informou que recorre em segunda instância.
– Eu tive uma conversa derradeira com o coronel Jairo. Não tenho como vencer promessas pouco republicanas, como algumas sopradas no ouvido dele. Esse júri vai custar bastante. E ele deveria angariar valores suficientes para custear a defesa: perícias, peritos, acomodações e diárias de profissionais técnicos, investigação defensiva, analistas e tudo isso – declarou Dalledone.
– Ele estava entendendo que a repercussão do caso na mídia trouxesse solução financeira para isso. Minha conversa com o coronel foi direta e objetiva. Acabamos nos desentendendo na questão financeira. A nossa conversa foi dura e severa. Não vou ser usado como um advogado que bota medo em juiz e promotor. Eu não aceito isso. A relação dentro dos tribunais é uma relação de respeito e consideração, e eu não serei instrumento disso sob hipótese nenhuma – completou.
TRIBUNAL DO JÚRI
Jairinho e sua ex-namorada, Monique Medeiros, serão submetidos ao Tribunal do Júri este ano, acusados de homicídio qualificado com emprego de crueldade e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, Henry Borel, de 4 anos.
O menino era filho da própria Monique, fruto de um relacionamento anterior com o engenheiro Leniel Borel. O pequeno morreu em em março de 2021, comovendo todo o país.
Em julho do ano passado, Leniel participou do podcast do Pleno.News, o PodCrê. Na ocasião, ele detalhou sua relação com o filho, os acontecimentos envolvendo a morte e seus esforços pelo combate à violência infantil.
Fonte: Pleno News/Foto: Reprodução