A Polícia Federal no Pará, juntamente com a Polícia Civil, segue com as investigações que apuram uma das maiores operações ilegais de minério de manganês no município de Marabá, sudeste paraense, em que é envolvido o empresário Jamil Silva Amorim. Líder do esquema, para a polícia, ele demonstra frieza e segurança na continuidade de suas ações danosas ao fisco estadual e danos ambientais sem precedentes.
Já se passaram 10 meses que a PF “desarticulou” uma das maiores quadrilhas que operam na extração ilegal de manganês no Pará e no Brasil, comandada por Jamil Amorim e seu grupo, resultando em apreensão de toneladas de minério de manganês não só no Pará, mas também em São Luis no Estado do Maranhão, cujo destino final era a China, além de busca e apreensão em apartamentos de luxo em Belém e a constatação de mais de duas mil notas frias, só no mês de março de 2024, em nome da empresa Mineração Três Marias LTDA. Esta empresa é usada para prática do crime.
Chama a atenção que o líder do esquema, Jamil Amorim, havia deixado a capital pParaense, mas a ilegalidade continuou sob as rédeas do também empresário “laranja” Juscelino Kubstchek Pereira da Silva, conhecido no meio como “JK”, que é responsável pela venda e transporte do minério ilegal por meio da empresa Trans Norte Empreendimentos e Locação de Máquinas, conforme aparece nas inúmeras notas fiscais “frias” emitidas em nome da empresa de propriedade de Jamil Amorim, a Mineração Três Marias e, para surpresa do mercado, Jamil retornou ao Pará.
SEM TEMOR
Ao que parece, segundo comentam policiais que apuram o caso, é que o grupo já não anda mais preocupado com o desfecho dos inquéritos federais e estaduais, pois teve um carnaval de aparições em festas de luxos, promovidas pela quadrilha, tudo bancado pelo garimpo ilegal de manganês, que ainda sustenta festas no apartamento do investigado.
IMPUNIDADE
Vizinhos relatam que as festas voltaram a acontecer no condomínio do Edifício City Bay e que Jamil Amorim desafia diariamente as autoridades policiais, retomando a linha de frente do esquema, que já não esconde dos moradores, o sobe e desce de seus comparsas no prédio, com reuniões de portas abertas, em sua residência.
Com tantas noticias veiculadas, apreensão de minério ilegal, emissão de notas fiscais frias, laudos periciais que afirmam a existência do esquema na área do imóvel em Marabá, além da identificação das demais empresas envolvidas que fazem parte do aparato de transporte do minério, o povo paraense questiona o motivo de Jamil Amorim permanecer livre e ainda causando danos ao Estado e ao meio ambiente, pois as provas robustas só confirmam que a quadrilha não parou e nem irá parar até que uma medida urgente seja tomada no Estado, que já conhece todo esquema.
ROTAS CRIMINOSAS
Para driblar as autoridades, a quadrilha chegou a criar novas rotas criminosas de escoamento ilegal de manganês do município de Breu Branco para Macapá e no município de Moju, mas o trabalho da SEFA, que bloqueou o CNPJ da empresa de Jamil Amorim, o trabalho da SEMAS, que suspendeu a Licença de Operação da atividade, o trabalho da ANM, que constatou no local do imóvel que a área não foi explorada, foram cruciais para expor a sangria minerária causada no Pará, dando suporte à PF e Polícia Civil nas apurações, mas sem bloquear a fraude até o momento.
Assim, os operários do crime, continuam a esquentar minério de manganês saindo de Marabá, pelas mesmas rotas, aproveitando os holofotes que se voltam para cúpula global – COP 30, no eixo de visibilidade do planeta e atuando de forma silenciosa, como verdadeiros predadores da Amazônia que não podem continuar no convívio social. O Ministério Público e a Polícia Federal já contam com um robusto conteúdo de provas que o esquema alimenta continuamente um mercado de raposas mineradoras no País e no mundo.
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