quinta-feira, novembro 21, 2024
Desde 1876

Exposição resgata a trajetória do grupo de teatro Cena Aberta no Teatro Waldemar Henrique

Uma exposição que celebra os 45 anos de história do grupo teatral Cena Aberta está em cartaz no Teatro Experimental Waldemar Henrique, em Belém, até o dia 31 de outubro. A mostra conta a trajetória do grupo de forma cronológica, desde sua fundação em 1976 até a última apresentação, em 1991, com a peça “Mulher Dilacerada”, uma adaptação do texto “Mulher Desiludida”, de Simone de Beauvoir.

Fundado por nomes importantes do teatro paraense, como Zélia Amador de Deus, Luiz Otávio Barata e Walter Bandeira, o Cena Aberta se destacou ao longo de suas décadas de atividade, não só pelas montagens teatrais, mas também por seu papel na formação de atores e técnicos em Belém. “O Cena Aberta funcionou como uma escola informal. Muitas das pessoas que hoje atuam nos teatros passaram pelo grupo”, conta Margaret Refkalefsky, uma das fundadoras.

A exposição é dividida por anos e permite que o público acompanhe a evolução do grupo e seus espetáculos, que sempre tiveram como característica o engajamento com temas sociais e políticos. Refkalefsky lembra que o grupo nasceu em uma época marcada pela repressão da ditadura militar e que “a censura era muito rigorosa”, o que exigia criatividade e resistência dos artistas.

A última peça encenada pelo grupo, “Mulher Dilacerada”, dirigida por Cezar Machado e protagonizada por Refkalefsky, foi um marco tanto para o grupo quanto para o teatro paraense, trazendo à tona temas profundos sobre a condição feminina, em diálogo com o feminismo de Simone de Beauvoir. “A adaptação desse texto foi um desafio, mas também um momento muito especial da nossa trajetória”, afirma Refkalefsky.

Celeste Iglesias, atual gerente do Teatro Waldemar Henrique, ressalta a importância de abrigar a exposição. “Receber a mostra do Cena Aberta é essencial para preservar e promover a história do teatro paraense. O grupo realizou muitos espetáculos aqui, e essa exposição também conta a história deste palco”, comenta.

Além da exposição, Iglesias destaca que o teatro planeja outras iniciativas para apoiar a cena cultural local, como debates, oficinas e novas mostras. “Queremos que o Teatro Waldemar Henrique continue sendo um espaço de encontro e criação para os artistas da cidade”, afirma.

A exposição é parte de um projeto maior, desenvolvido pelo Instituto Maré Cheia, que visa preservar o acervo do Cena Aberta e fomentar o diálogo sobre a produção teatral local. “Estamos com vários projetos em andamento, e a exposição é só o começo. Queremos trazer de volta os espetáculos do Cena Aberta e incentivar novas gerações de artistas”, finaliza Refkalefsky.

Com a exibição do acervo e a possibilidade de futuras montagens, o grupo Cena Aberta mantém viva sua contribuição ao teatro, e o público tem a oportunidade de revisitar ou conhecer a rica história dessa companhia que moldou parte da cultura teatral paraense.

Imagem: Divulgação/Agência Pará de Notícias

artigos relacionados

PERMANEÇA CONECTADO

0FansLike
0FollowersFollow
22,100SubscribersSubscribe
- PUBLICIDADE-
MIX

Mais recentes

×
Pular para o conteúdo