A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) remonta sua data de fundação no ano de 1650, mas só no ano de 1990 passou a ser uma Fundação Estadual. E no decorrer dos séculos, passou por mudanças de caráter administrativo e de sede, não possuindo registros oficiais de exatamente quando se tornou espaço de práticas acadêmicas ao longo de tantas décadas e séculos. Agora, na segunda década do século XXI, a Santa Casa paraense tem como missão ser reconhecida pela sociedade como excelência na saúde e no ensino, pesquisa e extensão. E, para isso, conta com uma diretoria específica para essa área.
Em 2012, a Fundação Santa Casa deu início ao curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Gestão em Saúde na Amazônia, que em uma década já formou 120 mestres que atuam na Amazônia. Essa formação contribui para a integração entre o conhecimento científico e as práticas dos pós-graduandos formados.
Até sexta-feira (11), dez discentes do Curso de Mestrado Profissional Gestão em Serviços de Saúde do Programa de Pós-graduação em Gestão em Saúde na Amazônia, coordenado pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), estarão defendendo seus trabalhos para alcançar o grau de mestre.
A professora doutora Valéria Santos, que coordena o curso de mestrado da Santa Casa, ressalta a importância da formação que vai contribuir para o aprimoramento do trabalho desses mestres junto às universidades, instituições de ensino e serviços de saúde nos quais atuam em municípios paraenses e de outros estados brasileiros.
“Neste momento estamos vivenciando a defesa de mais dez futuros mestres da Turma 2022, com produtos extremamente importantes para a sociedade, de cunho social de muita relevância, como aplicativos, e-books, entre outros produtos, que são voltados à prevenção, à gestão e à saúde na Amazônia. Sem dúvida nenhuma, são produtos de impacto e com grande poder de reprodutibilidade, não só para o nosso estado, como para outros estados, para outras regiões do Brasil”, ressalta Valéria.
A coordenadora também afirma que o mestrado da Santa Casa contribui para a integração entre o conhecimento científico e as práticas dos mestres formados. “Os trabalhos desenvolvidos no nosso mestrado promovem uma aproximação das pesquisas científicas às práticas laborais, atendendo a resolução de graves problemas na saúde, além de contribuir para desenvolvimento de atitudes necessárias ao desempenho ético destes profissionais, de modo a promover a saúde integral e humanizada”.
Desde 2021, o Mestrado Profissional Gestão em Serviços de Saúde foi ampliado com a proposta da Interdisciplinaridade, admitindo assim o ingresso de profissionais de todas as áreas, desde que estejam efetivamente atuando na área da saúde.
O Curso de Mestrado Profissional em Gestão e Saúde na Amazônia da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) associado à Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA), tem duas linhas de Pesquisa: Saúde-adoecimento e seus agravos e Gestão e Planejamento em Saúde.
A linha de pesquisa Saúde-adoecimento e seus agravos: Estuda o processo saúde-adoecimento e seus condicionantes e determinantes a fim de gerar produtos científicos e tecnológicos que visam ao aprimoramento e melhoria no gerenciamento, análise, tomada de decisão sobre processos de saúde. Desenvolver modelos, testar propostas assistenciais e tecnológicas que abordem de forma interdisciplinar os diversos aspectos da epidemiologia, prevenção, controle, diagnóstico e cuidados básicos em saúde.
E a linha de Pesquisa em Gestão e Planejamento em Saúde: Estuda a organização, processos de planejamento e desenvolvimento da gestão e serviços em saúde, em múltiplos ambientes (família, comunidade, centro de saúde, hospitalares, escolares) da Amazônia.
Lorena Barroso, enfermeira com atuação na cidade de Tucuruí, sudeste do estado, fez a sua defesa do mestrado com o tema: ‘Adequação de Centro Obstétrico: Uma proposta de intervenção.
“Sou enfermeira e atuo lá no hospital municipal de Tucuruí, e a minha tese está relacionada à adequação do Centro Obstétrico, que em nosso hospital presta assistência ao parto e nascimento, assim como também de outros tipos de procedimentos como as cirurgias eletivas e também a assistência à pediatria. O nosso hospital atende a região do Lago ( municípios como: Tucuruí, Breu Branco, Novo Repartimento, Pacajá), inclusive em minha dissertação eu cito esses locais”, destaca Lorena.
A mestranda diz que fazer sua pós graduação na Santa Casa tem um peso importante na formação desde a residência em enfermagem. “Quando eu passei no processo de residência acabei vivenciando na Santa Casa, experiências sobre o parto normal e isso fez com que eu me aproximasse mais do tema. E a Santa Casa, ela não só me deu essa experiência, como também me deu um suporte para que eu pudesse ter um olhar acurado em relação à nossa realidade, lá em Tucuruí, que é um cenário diferente daqui. E a minha tese demonstra inclusive a questão dos impactos com a questão social e econômica da região”, ressalta Lorena Barroso.
A professora doutora Xaene Mendonça, da Fundação Santa Casa, que foi orientadora de Lorena Barroso, destacou que a apresentação da mestranda foi brilhante, e agora o objetivo é deixar o trabalho mais robusto, com maior visibilidade dentro de um parâmetro que vai beneficiar a sociedade.
Referência de qualificação – Érica Cavalcante, diretora de Ensino Pesquisa e Extensão (DEPE), enfatiza que o ensino no ambiente hospitalar possibilita a formação e atualização contínua dos profissionais de saúde, o que impacta diretamente na qualidade do atendimento e nos cuidados oferecidos aos pacientes. Ela também assinala que a pesquisa hospitalar permite o desenvolvimento de novas tecnologias, terapias e protocolos de atendimento, sempre pautados em evidências científicas. “Em resumo, o ensino e a pesquisa fazem parte da missão da nossa instituição, que é cuidar das pessoas gerando conhecimento”.
Vanda Marvão, nutricionista da Santa Casa, que fez o seu mestrado profissional na instituição, destaca que o profissional amplia seu aprendizado e nesse sentido se torna mais capacitado para cuidar do paciente e também capacitar outros profissionais e assim também atender com mais qualidade o usuário. “O meu objeto de pesquisa do mestrado foi o leite humano ordenhado de doadoras que extraem leite para os bebês internados na Santa Casa. O mestrado, por ser profissional, têm sua importância porque deixa um legado que vai contribuir para a melhoria dos processos de trabalho. Podendo ser um protocolo, um aplicativo, um software etc”.
Érica Cavalcante, destaca que hospitais que têm programas de ensino e pesquisa tendem a atrair profissionais altamente qualificados e interessados no desenvolvimento acadêmico. “Esses ambientes promovem a capacitação continuada, tornando a equipe mais bem preparada para lidar com as diversas complexidades dos casos clínicos. Ao promover ensino e pesquisa, o hospital se torna uma referência em saúde, gerando conhecimento que pode ser disseminado para outros profissionais e instituições, impactando diretamente a sociedade”.
Veja as Dissertaçõe dos mestrandos da turma de 2022:
Adequação de Centro Obstétrico: Uma Proposta de Intervenção (Lorena Barroso);
Pé Diabético na Atenção Primária à Saúde: Avaliação e Prevenção (Nayara Milhomem);
Desenvolvimento e Validação de um Aplicativo para Melhoria do Acesso aos Serviços de Diagnóstico por Imagem em um Hospital Público no Pará (Carlos de Souza);
Cartografia do Município de Tucuruí-PA para Atuação Efetiva dos Agentes Comunitários de Saúde no Controle de Riscos e Agravos da Diabetes Mellitus (Shidney de LIma);
Cuidados com Cateter Venoso Central: Orientações ao Paciente Renal Crônico em Tratamento de Hemodiálise (Ralrizônia Souza);
Construção de uma Tecnologia Cuidativoeducacional para avaliação de Lesão Cutânea por Pressão (Etely Miranda);
Monitoramento da Experiência do Paciente Através de uma Ferramenta Tecnológica como Instrumento de Gestão (Camila Monteiro);
Guia Educacional para o Desenvolvimento de Competência de Preceptores em Programas de Residência Multiprofissional (Nelma Chaves);
Plano de Parto: Desafios e Potencialidades para Implantação em uma Maternidade de Referência do Norte do Brasil (Luzia Santana);
Tecnologia Educativa para o Cuidado Multiprofissional de Mulheres no Ciclo Gravídico Puerpera Portadora do Vírus HIV (Ivonildes Picanço).
Fonte: Agência Pará/Foto: Divulgação