A hora do parto é um momento desafiador que envolve aspectos sociais, emocionais, familiares e espirituais, tornando única a experiência da chegada de uma nova vida. Reconhecendo essa importância, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, valoriza o protagonismo feminino, oferecendo suporte integral às gestantes com a presença de fisioterapeutas na sala de parto.
Referência em atendimento neonatal, nos últimos 12 meses, o HRAS realizou 5.187 partos. “A presença desse profissional no ambiente obstétrico, em conjunto com a equipe multiprofissional, representa o compromisso com as estratégias que humanizem o parto. Isso visa respeitar os direitos da mulher e proporcionar um momento mais seguro e satisfatório”, explicou a fisioterapeuta Valessa Monteiro.
Durante o trabalho de parto, os fisioterapeutas utilizam técnicas não farmacológicas para aliviar a dor e proporcionar maior conforto à mulher. Entre as técnicas citadas pela Valessa estão exercícios de relaxamento, orientação postural e respiração, que ajudam no controle da ansiedade e no manejo da dor, na queda do tempo do trabalho de parto e cria um ambiente tranquilo para o nascimento do bebê.
Com isso, segundo a fisioterapeuta, há uma redução na necessidade de intervenções médicas, como cesarianas de emergência ou o uso excessivo de medicamentos. “Então essa mulher passa por menos procedimentos médicos complexos e internações prolongadas, fora que há redução nos custos associados à assistência ao parto, o que é bom para a paciente e para o sistema de saúde”.
Esses serviços são oferecidos em uma estrutura moderna que inclui urgência e emergência obstétrica e ginecológica 24 horas, com cinco salas de parto e 50 leitos de internação obstétrica. Além disso, caso desejado pela mãe, a fisioterapia disponibiliza massagens relaxantes, banhos de água morna e aromaterapia, em um ambiente acolhedor, com luzes suaves e sons relaxantes.
Humanização
A música “Here Comes The Sun”, dos Beatles, estava tocando na sala de parto no momento em que Pietra Rejane Santos se preparava para o nascimento de seu primeiro filho, Emílio. A atendente, do município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, descreveu o parto como uma “experiência única e cheia de significados”. Ela acrescentou: “Se não fosse por essa equipe, não teria sido assim”.
Mas a playlist não foi a única escolha feita pela Pietra. “É incomum a gente encontrar relatos de mulheres que já tiveram bebê e que passaram por esse momento de cuidado humanizado. A dor foi grande, mas com certeza foi amenizada pelas intervenções dos profissionais com base no que eu queria. Vou levar esse sentimento para a vida, principalmente, o carinho que recebi aqui”, detalhou.
Outra ferramenta importante é a utilização de uma banheira com água morna para partos na água. Esse recurso oferece diversos benefícios: relaxa os músculos, reduz a sensação de dor durante as contrações, e promove maior elasticidade dos tecidos do períneo. Por outro lado, a gravidade reduzida na água facilita a movimentação, permitindo que a mulher encontre posições mais confortáveis.
Maria Luliane, 32 anos, decidiu ter seu filho, Henry, na unidade após conhecer os serviços oferecidos. “A previsão do meu parto é para meados de janeiro, e uma das minhas escolhas, caso seja clinicamente possível, é realizar o parto na água. As profissionais me explicaram que o relaxamento proporcionado pela água acelera os processos fisiológicos do parto, tornando-o mais prazeroso”, contou.
Referência
A enfermeira obstétrica Thalita Beltrão, coordenadora do setor, ressalta que as equipes são constantemente treinadas para garantir um parto cada vez mais humanizado. “Esse é o nosso objetivo: acolher todas as mulheres, com uma assistência de qualidade, tanto nos exercícios para alívio da dor e evolução do trabalho de parto, quanto na assistência ao recém-nascido”, frisou a profissional.
O Hospital Abelardo Santos é a maior unidade pública do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS). “O atendimento é de livre demanda. Toda gestante que necessitar de atendimento médico de urgência e emergência pode vir à maternidade, que será acolhida por uma excelente assistência obstétrica”, conclui a diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira.
Fonte: Agência Pará/Foto: Diego Monteiro