Apontada como responsável por organizar indicação de emendas sob suspeita, Mariângela Fialek foi alvo de mandados de busca e apreensão. Defesa de ex-assessora de Lira nega irregularidades.
Por Fábio Amato, TV Globo — Brasília
Investigadores da Polícia Federal encontraram e apreenderam nesta sexta-feira (12) várias joias durante a Operação Transparência, que teve como alvo a assessora da Câmara Mariângela Fialek, conhecida como Tuca.
A TV Globo apurou que as joias foram apreendidas no apartamento da funcionária da Câmara, em Brasília (veja imagem dos objetos no vídeo acima, obtido com exclusividade).
💎Os itens serão periciados pela Polícia Federal, que vai analisar as joias e estimar os valores.
🔎Joias apreendidas, se comprovada a sua origem ilícita ou uso nos crimes em investigação, podem, ao final de um processo judicial, ser alienadas e o valor utilizado para reparar prejuízos gerados ao cofres públicos.
Mariângela foi alvo na manhã desta sexta de uma operação da Polícia Federal que apura irregularidades na indicação de emendas parlamentares.
Atualmente lotada na liderança do PP, Tuca foi assessora do ex-presidente da Câmara e deputado federal Arthur Lira (PP-AL). Ela foi apontada como a responsável por organizar a indicação de emendas parlamentares sob investigação da PF.
Em nota, a defesa da assessora da Câmara negou que ela tenha cometido irregularidades no tratamento de emendas parlamentares. Os advogados disseram que ela tem atuação “técnica” e que a organização de emendas seguia decisões da Presidência da Câmara e de líderes.
“Nessa condição, era responsável tecnicamente pela organização das emendas parlamentares, nos exatos termos do que decidido pela Presidência da Casa e por todos os líderes partidários indistintamente (Colégio de Líderes)”, afirmou a defesa em nota.
Também em comunicado à imprensa, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu em defesa da funcionária da Casa. Motta classificou Tuca como ”técnica competente”, ”responsável“ e “comprometida com a boa gestão da coisa pública”.

Operação Transparência
Na operação desta sexta, policiais fizeram buscas em salas utilizadas pela funcionária na Câmara e também na casa dela. Um celular de Mariângela e outros pertences, como as joias, foram apreendidos na operação — que contou com a concordância da Procuradoria-Geral da República.
Um dos locais em que os policiais estiveram nesta sexta-feira é uma sala, que, nos registros da Casa, é destinada à Presidência da Câmara. O local começou a ser usado pela Mariângela em 2022, na gestão Lira. Há relatos de que era nessa sala que ela despachava sobre emendas.
Conforme a decisão de Dino que determinou a operação, depoimentos de parlamentares colhidos ao longo da investigação revelam que Mariângela Fialek atuava “diretamente na operacionalização do encaminhamento de emendas” e que efetuava as indicações em nome de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara.
“Tais circunstâncias evidenciam fortes indícios de que a Representada [Tuca] integra uma estrutura organizada voltada ao indevido direcionamento de emendas parlamentares, supostamente atuando sob ordens diretas da antiga Presidência da Câmara dos Deputados, exercida pelo Deputado Arthur Lira, fato que ainda está em apuração”, diz trecho da decisão do ministro do STF.
“Constatou-se, ainda, que, mesmo após a alteração na Presidência da Casa, ela permaneceu no exercício da função”, completa o documento.
Foto: Reprodução/Linkedin











