O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, anunciou na COP30 um amplo pacote de investimentos que soma R$ 53 bilhões destinados à integração logística e à promoção da sustentabilidade nos sistemas portuário, ferroviário, hidroviário e aeroviário do país. O anúncio foi feito durante encontros com autoridades da América do Sul, incluindo representantes da Guiana Francesa, reforçando a proposta de uma articulação regional para o desenvolvimento econômico e social.
O plano prevê a construção ou requalificação de 15 aeroportos, a conclusão da Hidrovia do Tocantins — considerada estratégica para o escoamento da produção do Centro-Oeste — e a ampliação da malha navegável brasileira dos atuais 12 mil quilômetros para cerca de 40 mil quilômetros. A iniciativa pode reduzir em até 40% os custos logísticos do transporte de cargas.
Costa Filho também destacou os investimentos de mais de R$ 1 bilhão no Porto de Outeiro, que deve impulsionar o turismo internacional ao oferecer condições mais seguras e modernas para a atracação de grandes transatlânticos.
Segundo o ministro, o uso de 25 barcaças no transporte fluvial já permite retirar mais de 500 caminhões das rodovias, reduzindo emissões e custos operacionais. Ele ressaltou ainda que o biocombustível para aviação terá papel central na estratégia ambiental do setor. “A integração ferroviária possibilitará uma ligação direta do Brasil ao Pacífico, abrindo novas rotas comerciais com benefícios significativos para as exportações, o turismo e os negócios com outros continentes”, afirmou.

Compromisso ambiental
O deputado federal Airton Faleiro, presente nos debates da COP30, reforçou o compromisso do Brasil com o cumprimento dos acordos firmados em edições anteriores da conferência. Ele destacou a importância da defesa de temas centrais como o combate ao aquecimento global, o uso responsável da biodiversidade e, sobretudo, a valorização dos povos da floresta, “verdadeiros guardiões das riquezas naturais do país”, afirmou.
NÚMEROS DA COP30
A ONU divulgou dados preliminares que apontam cerca de 50 mil participantes inscritos na COP30, número que deve crescer nos próximos dias. O evento já é considerado o segundo maior da história das conferências climáticas, atrás apenas da COP28, realizada em Dubai.
A delegação brasileira é a maior, com 3.800 participantes, seguida pela China (789) e pela Nigéria (749). A imprensa também marca presença recorde, com aproximadamente quatro mil jornalistas cobrindo as atividades — um reflexo do interesse mundial pela realização da conferência em plena Amazônia.
A organização das Nações Unidas mobilizou cerca de 13.500 funcionários para acompanhar as negociações e elaborar o relatório final da cúpula, que consolidará avanços e compromissos assumidos.
Os povos indígenas também se fazem presentes em grande número: mais de três mil representantes ocupam a Green Zone, exibindo pinturas corporais, cocares tradicionais e comercializando artesanato. Enquanto isso, crianças indígenas circulam pelo espaço com naturalidade, muitas vezes interagindo com celulares, em um retrato simbólico do encontro entre tradição e contemporaneidade.
Da Redação do Jornal A PROVÍNCIA DO PARÁ; colaborou Pedro Medina/Ronabar/Foto: Reprodução








