A realização da COP30, em 2025, em Belém, promete não só colocar a Amazônia no centro das discussões climáticas, como também impulsionar o mercado de moda sustentável na região. A expectativa é que biojoias e acessórios indígenas ganhem grande visibilidade durante o evento.
Feitas de sementes, fibras naturais, penas e outros elementos da floresta, essas peças carregam não só beleza, mas também significado cultural, ancestralidade e compromisso com a sustentabilidade. “Cada semente tem uma história. É a floresta que nos oferece”, explica a artesã Lila Flores, do povo Ticuna.
O movimento já aquece a produção de artesãos e empreendedores locais, que veem na COP uma oportunidade de geração de renda e de fortalecimento da economia criativa amazônica. “Estamos nos preparando. Acreditamos que haverá muita procura”, conta Welson Wai Wai, jovem artesão da etnia Wai Wai.
Especialistas afirmam que a COP pode ser um divisor de águas para a moda da Amazônia, colocando no radar internacional produtos que unem design, sustentabilidade e identidade cultural. Segundo a pesquisadora Felicia Maia, as biojoias são mais do que tendência são uma forma de resistência, afirmação e valorização dos saberes tradicionais.
O Sebrae no Pará também prepara ações para fortalecer esses empreendedores, com capacitações, oficinas e orientações voltadas à apresentação dos produtos e estratégias de venda.
Mais do que adornos, as biojoias representam histórias, conexão com a floresta e consumo consciente características cada vez mais valorizadas por turistas e consumidores de todo o mundo.
Foto:Luciana Carvalho