Responsável por aproximadamente 94% da produção nacional e pelo representativo volume de comercialização interestadual e também de exportação, o Pará, mais uma vez, reforça sua hegemonia na produção do açaí no Brasil. Conforme os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, das 1.699.588 toneladas do fruto produzidas pelo país, 1.595.455 toneladas foram produzidas no Estado. Entre os municípios paraenses com maior destaque, estão: Igarapé-Miri, Cametá e Abaetetuba.
Conforme o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), Giovanni Queiroz, o papel da pasta em colocar em prática junto a produtores de açaí técnicas que aumentem a produtividade e o ganho das famílias que exploram o fruto. Ele também pontua que o objetivo do Governo do Estado é que nenhum produtor tenha uma renda mensal mínima menor que três salários mínimos.
“Trabalhamos junto aos produtores para garantir a qualidade do produto, seja com aprimoramento de técnicas de manejo, capacitações ou com o fornecimento de equipamentos, por meio do Programa Nacional da Qualidade do Açaí; Territórios Sustentáveis, trabalhando com o sistema agroflorestal; e o Pró-Açaí, atuando no manejo do açaí de várzeas. Recentemente, no Festival do Açaí, qualificamos mais de mil produtores no beneficiamento do açaí, com qualidade, com toda a rigidez, no que diz respeito à limpeza e sanidade do produto”, ressalta Giovanni Queiroz.
EXPORTAÇÃO – No ano passado, o Pará exportou 8,2 mil toneladas de açaí, com valor de exportação de US$ 27,74 milhões de dólares, segundo os dados divulgados pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas da Sedap. No primeiro quadrimestre de 2024, o Estado exportou 4,2 mil toneladas de açaí, o que representa um crescimento de 86,92% se comparado ao mesmo período do ano anterior, com valor de exportação de US$ 15,84 milhões de dólares (refletindo crescimento de 85,65%, comparado ao ano anterior).
APOIO – CEO da Açaí KAA, o empresário Reinaldo Santos, destaca a importância do apoio go Governo do Pará para desenvolver os investimentos tecnológicos da empresa em quatro grupos principais dentro da cadeia do açaí: colhedor; logística na floresta; processamento da fruta; e logística e distribuição mundial via e-comerce. “Temos um bom relacionamento com todas as secretarias de estado, recebemos recentemente um grande apoio da Sedap e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para viabilizar uma missão técnica para Colômbia, participamos ativamente do Festival do Açaí com grande êxito e outras importantes interlocuções com outras secretarias que mostram um grande futuro para toda cadeia do açaí”, destaca.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) também atua no suporte dos 144 municípios paraenses para um público de agricultores familiares, ribeirinhos, extrativistas, assentados e indígenas nos principais polos de produção de açaí do Estado. O objetivo é desenvolver, ainda mais, o sistema de Assistência Técnica e Extensão Rural Pública para fortalecer e apoiar a cadeia produtiva de açaí, fonte base da alimentação e cultura do Pará.
“A Emater direciona metas de execução dentro da Cadeia Produtiva de Açaí nos sistemas, de Várzea e de Terra firme, em grande parte dos municípios, visando potencializar a produção e produtividade das áreas, capacitar e assistir tecnicamente famílias produtoras, difundir tecnologias e variedades preconizadas pela pesquisa, e além disso estimular acesso a mercados institucionais”, destaca Cícero Batista Sobrinho, engenheiro agrônomo da Emater.
No Marajó e Baixo Tocantins, regiões que contemplam os principais municípios produtores de Açaí de várzea, a Emater fortalece a atividade da produção das famílias a partir da elaboração de Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), acesso ao Crédito Rural e Capacitação para realizar o manejo sustentável, visando o aumento de produtividade de 2,5 ton/frutos/ha para 6,0 ton/frutos/ha, de acordo com o engenheiro.
Assessorado pela Emater, o produtor de açaí da Ilha de Mosqueiro, Distrito de Belém, Evaldo Silva, afirma que com o apoio recebido, ele conseguiu avançar com o trabalho. “Se não fosse a Emater, eu não estaria no patamar que estou. Tenho açaí a pronta entrega para quem quiser comprar. Minha produção tem cerca de três anos e só depois que eu recebi o empréstimo é que alavancou essa produção. A Emater me assessorou nisso e o banco me deu o empréstimo, dinheiro que eu precisava para investir no meu trabalho. Agora que começou a safra pesada, estou tirando 20, 30, 40 latas. Daqui a uns três anos chegarei ao auge da produção”, celebra.
Fonte: Agência Pará/Foto: Marcos Santos/Ag Pará