A Executiva Nacional do União Brasil decidiu, nesta segunda-feira (8), expulsar do partido o ministro do Turismo, Celso Sabino, encerrando um processo que se arrastava desde setembro. A legenda afirmou, em nota oficial, que a medida atende a uma representação interna contra o ministro, que permaneceu no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mesmo após a determinação de rompimento com o Planalto.
Segundo o partido, Sabino descumpriu a orientação aprovada há três meses, quando o União Brasil anunciou que todos os seus filiados deveriam entregar os cargos no governo federal. O ministro, contudo, optou por continuar à frente da pasta do Turismo, onde está desde julho de 2023.
A decisão confirma o parecer do Conselho de Ética, que aprovou por unanimidade a expulsão em 25 de novembro. Com isso, Sabino está oficialmente desfilado — mas, conforme entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a saída não compromete seu mandato como deputado federal licenciado, nem impede sua filiação a outro partido.
Representante do Pará, Sabino já mira uma candidatura ao Senado em 2026. Nos bastidores, dirigentes políticos avaliam que ele deve escolher uma nova legenda ainda no primeiro semestre do próximo ano para viabilizar o projeto eleitoral.
Sabino reage e chama decisão de “equivocada”
O ministro criticou duramente a medida do União Brasil. Em declaração à imprensa, Sabino classificou a expulsão como “equivocada” e “injusta”, alegando que sua permanência no governo teve motivação técnica.
“Eu continuo acreditando que foi uma decisão equivocada, uma decisão injusta. Saio do União Brasil com a cabeça erguida, com a ficha limpa, sem qualquer mácula. Estou deixando o partido porque trabalhei pelo Brasil, pelo turismo, e tive coragem de não me curvar quando tentaram me obrigar a fazer algo com que eu não concordava.”
Mesmo fora da sigla, Sabino permanece no comando do Ministério do Turismo, pasta que, nos últimos meses, ampliou ações de promoção internacional e negocia novos programas de incentivo ao setor para 2025.
A saída do ministro aprofunda a crise interna no União Brasil, que, apesar de ter três ministérios no início do governo Lula, já vinha enfrentando divisões entre alas governistas e oposição. A tendência, segundo dirigentes, é que o partido tente reorganizar sua posição no Congresso após o rompimento formal com o Planalto.
Veja o que diz o ministro em seu instagram:
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Da Redação do Jornal A Província do Pará/Imagem: Reprodução
