domingo, dezembro 28, 2025
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Prisões de dez condenados pelo 8 de Janeiro são mantidas após audiência de custódia

As prisões domiciliares de oito condenados pela trama golpista foram mantidas neste sábado (27) após audiência realizada por uma juíza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As audiências foram conduzidas pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino e tiveram objetivo de cumprir uma formalidade legal.

Na manhã de hoje, Moraes decretou a prisão domiciliar de dez condenados. A lista de alvos é formada por sete militares do Exército, uma delegada da Polícia Federal, o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha e Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Carlos Rocha não foi encontrado pela Polícia Federal e é considerado foragido.

O mandado de prisão domiciliar contra o tenente-coronel do Exército, Guilherme Marques de Almeida, também não foi cumprido. Ele viajou para a Bahia, mas se comprometeu a retornar para Goiânia e iniciar o cumprimento da medida.

As prisões domiciliares foram determinadas por Alexandre de Moraes para evitar novas fugas. Na sexta-feira, 26, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido por autoridades locais após fugir para o Paraguai e tentar embarcar para El Salvador com passaporte falso.

No entendimento de Moraes, há uma estratégia dos condenados pelos atos golpistas para fugir do país. O ministro citou diversos casos de fuga de réus nas ações penais do 8 de janeiro, entre eles, a do ex-deputado Alexandre Ramagem. 

“O modus operandi da organização criminosa condenada pelo Supremo Tribunal Federal indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas para fora do território nacional, como feito pelo réu Alexandre Ramagem, inclusive com a ajuda de terceiros”, afirmou o ministro.

Veja quem são os dez condenados

Um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, a Polícia Federal (PF) cumpriu dez mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, contra outros condenados pela trama golpista.

As medidas, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atingem réus dos núcleos 2, 3 e 4 do 8 de janeiro.

Segundo a PF, os mandados estão sendo cumpridos nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal. Ainda de acordo com a PF, o Exército Brasileiro participa das diligências. Veja os alvos da operação:

– Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército;

– Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;

– Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;

– Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;

– Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;

– Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais;

– Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;

– Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército;

– Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;

– Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército.

O engenheiro Carlos Rocha não foi localizado em seu endereço e passou a ser considerado foragido. Em nota, a defesa de Martins chamou a decisão de “abuso”.

A reportagem do Estadão buscou contato com representantes dos demais alvos, mas ainda não havia conseguido até a publicação deste texto.

Além da prisão domiciliar, foram impostas medidas cautelares como a proibição de uso de redes sociais, de contato com outros investigados, a entrega de passaportes, a suspensão de documentos de porte de arma de fogo e a proibição de visitas.

TENTATIVA DE FUGA DE SILVINEI

Silvinei Vasques estava sob monitoramento eletrônico desde agosto de 2024, quando foi liberado de uma prisão preventiva. Neste mês, o ex-diretor da PRF foi condenado pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão.

Na madrugada de sexta-feira, 26, Vasques foi detido no Paraguai em meio a uma tentativa de fuga. O ex-diretor pretendia chegar em El Salvador, passando pelo Panamá, mas foi interceptado pelas autoridades paraguaias por falsidade ideológica.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela tentativa de golpe foi fatiada em núcleos de atuação. A divisão tem origem na investigação da PF e foi adotada pela Procuradoria para acelerar o julgamento das ações penais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro integrou o principal grupo de réus, o “núcleo 1”, também chamado de “núcleo crucial”, composto por pessoas em posição de comando, como ministros de Estado e militares de alta patente.

O núcleo 2 foi acusado de “operacionalizar” a tentativa de golpe Integram o núcleo 2, entre outros, o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, e o ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins.

O núcleo 3 foi acusado de formar uma “central de contrainteligência” do golpe; o núcleo 4, por fim, respondeu por disseminar desinformação contra o sistema eleitoral e as instituições.

Fonte e imagens: Portal Pleno.News com informações da AE

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